As religiosas dominicanas do Mosteiro de São Domingos de Caleruega (Espanha) condenaram as recentes declarações da Irmã Lucía Caram no programa de televisão ‘Chester in love’, no qual negou a virgindade de Santa Maria e assegurou que a Mãe de Deus tinha relações sexuais com São José.

Em uma publicação em sua página no Facebook, Dominicanas Caleruega, as religiosas assinalaram: “condenamos e rechaçamos as palavras e o péssimo exemplo de Ir. Lucía Caram, das quais nós, monjas dominicanas da casa de Domingos de Gusmão, somos as primeiras prejudicadas”.

Em 29 de janeiro, no programa “Chester in love”, dirigido pelo jornalista Risto Mejide no canal Cuatro, Lucía Caram assegurou que a Virgem Maria e São José tinham uma relação de “casal normal”, que implicava “ter relações sexuais e uma relação normal entre um casal”.

Para a dominicana, a Igreja deveria “ter apresentado Maria e José de outra maneira e entender que é uma relação de um amor maduro, aberta à vida e capaz de gerar e secundar um projeto de libertação, de salvação”.

Caram é natural da Argentina, mas vive atualmente no convento de Nossa Senhora dos Anjos e Santa Clara, em Manresa, Barcelona (Espanha), na Diocese de Vic.

Em um comunicado publicado no dia 31 de janeiro, o Bispo de Vic, Dom Romá Casanova i Casanova, assegurou que as declarações da dominicana contra a Virgem Maria “não estão de acordo com a fé da Igreja”.

Dom Casanova i Casanova recordou que “faz parte da fé da Igreja desde o principio, que Maria foi sempre virgem”.

Em um artigo publicado no site espanhol ‘Religión Digital’, no dia 1º de fevereiro, Caram pediu desculpas “se alguém se sentiu ofendido” por suas declarações, mas defendeu que suas afirmações sobre as relações sexuais entre São José e a Virgem Maria se inserem “dentro do mistério, do depósito da fé”.

“Quis manifestar que não me escandalizaria se (Maria) tivesse tido uma relação de casal com José, seu esposo”, disse.

Entretanto, para as religiosas dominicanas do Real Mosteiro de São Domingos de Caleruega, o programa do dia 29 de janeiro foi “escandaloso” e assinalaram que Caram é “uma ‘irmã’ nossa de hábito, embora, tal e como demonstrou, sequer compartilhe nosso Credo”.

“Toda esta Comunidade que procuramos, com fragilidades, sem dúvidas, mas também com entrega, mantemo-nos fiéis a uma vocação que nos foi dada e da qual não podemos nos fazer donas, vivemos com grande sofrimento este frenesi midiático que tanto dano está gerando, destruindo nossa imagem e, acima de tudo e mais grave ainda, confundindo o povo cristão que, entretanto, não deixa de ter olfato e capacidade de discernimento para saber que esta mulher não nos representa”.

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Para as dominicanas espanholas, as declarações de Cara constituem “um espetáculo degradante e humilhante para toda a Ordem Dominicana, cujo fundador se destacou por seu empenho e entrega em defesa da fé católica e um grande amor à Virgem Maria, sob cuja proteção nos deixou, todos os seus filhos”.

As religiosas assinalaram que é responsabilidade dos superiores de Caram “tomar as medidas oportunas em consciência com o encargo que Deus lhes deu e o dever da correção para aqueles que estão enganados”.

“A  nós nos corresponde rezar convencidas de que, como o joio cresce junto ao trigo, é a Misericórdia do Senhor que, para não arrancar também o trigo, permite que cresçam juntos no campo, que é a Igreja”, indicaram.

Além disso, as dominicanas asseguraram que rezam por Caram “e seu arrependimento”.

O sacerdote dominicano colombiano Frei Nelson Medina também expressou, através das redes sociais, sua crítica à Irmã Lucía Caram.

“Sinto dor por minha Ordem Dominicana, que tolera as heresias e impropérios de Irmã Lucía Caram. Onde está o Sucessor de São Domingos?”, questionou em sua conta de Twitter.

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