MADRI, 7 de fev de 2017 às 18:00
No oitavo mês de gravidez, uma universitária de 19 anos, de Ohio (Estados Unidos), foi obrigada a abortar contra sua vontade. Mas a criança que crescia em seu ventre tinha um propósito na vida, para além da morte.
O aborto não foi sucedido e nasceu uma menina chamada Melissa. Entretanto, a recém-nascida teve que enfrentar outro desafio.
Quando uma criança abortada nasce viva, os abortistas tem a obrigação de lhe negar a assistência médica para que morra sozinha. Mas nessa ocasião uma enfermeira desafiou esta ordem e levou Melissa para o hospital a fim de que recebesse os cuidados adequados.
Melissa pesava apenas um quilo e sofria de graves problemas respiratórios, os médicos disseram que teria uma vida cheia de complicações e não havia esperança para o seu futuro.
Entretanto, Melissa foi adotada por uma família que lutou pela sua vida. Quando completou 14 anos, a sua família adotiva lhe explicou que era adotada. Esta notícia causou uma mudança radical em sua vida.
Um novo mundo de perguntas vinha à sua mente: “Fiquei surpresa quando meus pais me disseram que eu era adotada. Quem era então a minha mãe biológica? Quais eram as minhas raízes? De onde eu vim?”, reconhece.
Com tantas perguntas sem nenhuma resposta, durante os anos seguintes a jovem começou a investigar nos papéis da adoção e nos registros médicos à procura de pistas que a levassem à sua mãe biológica.
A tragédia por trás da verdade
Depois de muito tempo lutando com os entraves burocráticos, descobriu uma verdade que escondia muitos segredos:
“Descobri que havia sobrevivido a um aborto, mas a história se complicava e, na medida em que ia investigando, me deparei com a dura realidade”, diz Melissa.
Na verdade, a mãe biológica de Melissa tinha sido obrigada a abortar. O mais surpreendente desta história é saber quem a obrigou e cometeu este crime: a avó de Melissa, uma “enfermeira” que trabalhava em um lugar que praticavam abortos e não hesitou em organizar tudo para matar a sua própria neta antes do seu nascimento, no oitavo mês de gestação.
A crueldade da sua avó não tinha limites. Ao descobrir que o bebê havia sobrevivido ao aborto, a deixou em um quarto para que morresse sozinha. Foi a bondade de outra enfermeira que a salvou. Sem que a avó percebesse, ela chamou uma ambulância para transferir a recém-nascida a um hospital.
Uma mãe enganada e atormentada
Mas havia um segundo segredo nesta história, a mãe biológica de Melissa não sabia que a sua filha tinha sobrevivido ao aborto. Disseram-lhe que havia falecido e durante todos esses anos havia vivido atormentada por ter matado o seu bebê.
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Quando Melissa soube da terrível história do seu nascimento, experimentou uma luta em seu interior. “Não queria contar para ninguém, estava envergonhada e ao mesmo tempo com raiva, vivi vários anos desolada por isso. Mas percebi que se eu não contasse, a minha mãe biológica nunca saberia que eu estava viva”, afirma a Fox News.
Demorou vários anos para experimentar o verdadeiro perdão. Graças à sua fé cristã conseguiu superar o trauma do seu nascimento, inclusive chegou a entrar em contato com a sua mãe biológica.
“Agora, sei que minha avó queria mudar o meu destino para que não estivesse no mundo. Por algum motivo, meu nascimento e minha adoção foram um segredo para todo o mundo. Mas não aguento mais permanecer com este segredo. Quero contar minha história para ajudar a salvar milhões de bebês que são abortados a cada ano. Quero ajudar as mães para que tomem a decisão de apostar pela vida de seus filhos”, continua Melissa.
O aborto é um assunto de direitos humanos, por isso, esta sobrevivente faz parte do movimento pró-vida nos Estados Unidos.
“Uma vez, li uma estatística que dizia que cada aborto afeta sete pessoas, não apenas a mãe, mas o pai, os avós, irmãos... Se foram feitos 58 milhões de abortos nos últimos 44 anos, equivale a no mínimo 406 milhões de pessoas que sofreram as consequências de um aborto”.
Assim, Melissa lançou uma mensagem de ânimo para a comunidade pró-vida que está sendo perseguida. “Às pessoas que zombam e ridicularizam a vida humana eu somente posso mostrar amor, podemos amar as pessoas, mas não compartilhar a sua forma de pensar, mesmo se não acreditam que a vida tem valor único”, afirma.
Melissa também criticou a Planned Parenthood, o primeiro provedor de abortos nos Estados Unidos. “Tenho certeza que se tivessem levado a minha mãe para abortar no centro Planned Parenthood eu não teria sobrevivido: lá não existe piedade. E mesmo que eu tivesse sobrevivido ao aborto, eles fariam tudo para que eu não estivesse viva”, sentencia.
Agora, Melissa Ohden é autora de vários livros nos quais fala sobre o perdão e o sentido da vida. Além disso, criou o site “Os sobreviventes do aborto”, uma comunidade para que as pessoas que sobreviveram a um aborto possam encontrar ajuda psicológica e social.
Na vida pessoa, Melissa formou sua própria família. É mãe de duas filhas e a mais velha, Olivia, nasceu no mesmo hospital onde ela foi cuidada após sobreviver ao aborto.
Publicado originalmente em Actuall.
Confira também:
Este bebê se salvou de morrer em um aborto graça a mensagens pró-vida no Facebook https://t.co/HsSbGEABpZ
— ACI Digital (@acidigital) 22 de julho de 2016