VATICANO, 3 de jun de 2005 às 15:07
O Papa Bento XVI nomeou o Arcebispo Stanislaw Dziwisz, até agora Prefeito adjunto da Casa Pontifícia e Secretário particular do Papa João Paulo II, como novo Arcebispo metropolitano de Cracóvia, onde sucede ao Cardeal Franciszek Macharski, de 78 anos de idade."Dom Estanislao", como é conhecido no Vaticano, nasceu em 1939 em Raba Wyzna (Polônia) e foi ordenado sacerdote em 1963. Desde 1966 a 1978 foi Secretário particular do então Arcebispo de Cracóvia, Karol Wojtyla.
Mas "Dom Estanislao" se fez conhecido como Secretário de João Paulo II desde sua eleição ao pontificado (1978) até seu falecimento (abril 2005).
Em 1998 foi nomeado Prefeito adjunto da Casa Pontifícia e ordenado bispo pelo Papa em 19 de março desse mesmo ano. Em 2003 foi elevado à dignidade arcebispal.
Dom Dziwisz foi a pessoa mais próxima ao Papa João Paulo II, que lhe chamava familiarmente com o diminutivo de "Staszek". O fiel Secretário sustentou em seus braços o Pontífice quando este caiu ferido pelas balas do assassino turco Mehmet Ali Agca em 13 de maio de 1981, e muitos peritos assinalam que seu sangue-frio e capacidade de decisão salvaram sua vida.
Dom. Dziwisz escreveu então um livro relatando a experiência do atentado.
Apesar do importante papel que desempenhou nos últimos anos do pontificado, quando a saúde do Papa se fez mais frágil; assim que o Papa faleceu, Dom. Dziwisz se mudou para uma modesta casa religiosa polonesa localizada no norte de Roma.
Alegria na Polônia
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Logo que o cardeal polonês Franciszek Macharski soube da nomeação do Arcebispo Dziwisz como seu sucessor, assinalou que " desde muitos anos tinha este momento no coração". "Nunca senti tanto agradecimento para Deus e os fiéis como neste momento, tão esperado", acrescentou.
O Cardeal também informou que o Arcebispo Dziwisz tomará posse da Arquidiocese em 27 de agosto, em uma cerimônia na Catedral do castelo de Wawel.
Em uma carta lida aos fiéis de Cracóvia, Dom. Dziwisz assinalou que é consciente da enorme responsabilidade que recairá sobre ele e do grande acervo que tem a Igreja cracoviana dos tempos do Bispo São Estanislao mártir até os tempos do pontificado de João Paulo II.
Na carta, lida pelo Cardeal Macharski, Dom. Dziwisz assinalou que cumprirá sua missão "com a máxima humildade e obediência". "Continuarei com máxima fidelidade a obra de meus antecessores e, em particular, os ensinamentos do Papa João Paulo II", conclui a carta.
Na tumba de João Paulo
Na quinta-feira, provavelmente informado da nomeação que receberia hoje, Dom. Dziwisz celebrou uma Missa privada na tumba do Papa João Paulo II no Vaticano.
"Aceito esta decisão com apreensão e inclusive com temor, consciente da grande responsabilidade pela herança espiritual da Arquidiocese até agora governada por tão ilustres pastores", disse Dom. Dziwisz nesta sexta-feira à Agência italiana de notícias ANSA.