SALVADOR, 3 de jun de 2005 às 18:19
Continua com sucesso no Brasil a campanha para recolher armas, organizada pela ONG Viva Rio junto com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) e Visão Mundial.
Igrejas de vários estados do país continuarão a recolher armas, sempre aos sábados, e devido ao grande sucesso obtido, a Campanha se prolongou até o próximo 23 de junho.
Desde o início da Campanha, se informa que somente na Bahia foram arrecadadas 12.514 armas pela Polícia Federal
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Depois de ouvir no noticiário local, ao meio-dia, que armas de fogo poderiam ser entregues na Paróquia São Francisco de Assis, na Boca do Rio, a dona de casa Maria Madalena Lima Santos, correu até a igreja para buscar informação. Foi em casa, pegou escondido o revolver calibre 38 do sogro e entregou na paróquia. "Quando ele descobrir, já foi. Eu tenho pavor a arma. Tenho duas filhas pequenas em casa, não quero que uma tragédia aconteça. Ele não é bandido, nem ladrão. Não justifica ter um revólver", afirmou.
Na Paróquia da Vitória, local de maior arrecadação, onde 48 armas foram recolhidas, o movimento se intensificou à tarde. Segundo o agente da Polícia Federal, Juarez Salvatori, que estava acompanhando o recebimento de armas no local, a iniciativa da Arquidiocese de São Salvador em se filiar à campanha tem trazido resultados bastante positivos. "As paróquias têm força para convocar seus fiéis. Esse trabalho envolvendo as igrejas e a imprensa que também tem nos ajudado muito, só fez somar com o nosso trabalho", disse.
Audival Júnior, 34 anos, professor de educação física, tomou a iniciativa de levar a arma do amigo do pai, uma pistola, até a Paróquia da Vitória. "Ele pediu e eu vim com o maior prazer. Arma em casa é sinônimo de perigo para si, para família e para os outros", ressaltou. Para entregar a arma, é preciso pegar nos postos uma guia que permite o transporte dela. A Polícia Federal faz a perícia e determina quanto vale a arma. O valor é depositado na conta corrente do indivíduo num período de 30 a 60 dias.