HAVANA, 21 de fev de 2017 às 20:00
O Movimento Cristão Libertação (MCL) denunciou que no último domingo o governo cubano sequestrou durante várias horas a sua líder Rosa Maria Rodríguez, a fim de evitar que viajasse a Holguín, onde acontecerá o julgamento do Coordenador Nacional, Eduardo Cardet Concepción.
Em seu site, o MCL alertou que Rodríguez García foi "sequestrada" quando estava dentro do ônibus que a levaria de Havana a Holguín, cidade localizada no oriente de Cuba e onde Cardet está preso, desde o dia 30 de novembro do ano passado.
Por volta das 7h30, Rosa Maria Rodríguez “ligou para dizer que havia sido sequestrada, e uma voz masculina lhe disse para desligar o telefone. Desde então não tivemos mais nenhuma notícia dela, sua família não teve nenhuma resposta da polícia", denunciou o MCL no domingo.
Logo depois, o movimento fundado por Oswaldo Payá informou que Rodríguez García, membro do Conselho Coordenador, foi abandonada por agentes do governo no domingo à noite em um lugar afastado.
Por meio de um áudio divulgado ontem, a líder relatou que quando o ônibus estava saindo de Havana foi interrompido por um carro branco, onde estavam dois oficiais de Segurança do Estado. "Eles se dirigiram a mim e me disseram 'você deve vir conosco", recordou.
Em seguida, ela desceu do ônibus e a obrigaram a desligar o celular e levaram em um carro. Rosa Maria Rodríguez foi levada para uma casa afastada onde "recebeu ameaças da Segurança do Estado devido à sua atividade opositora", informou o MCL.
"Eles advertiram que não permitiriam deslocamentos nem a continuação da atividade opositora e que ia sofrer consequências piores do que as do Coordenador Nacional do MCL, Eduardo Cardet", indicou o movimento.
No domingo à noite ela foi abandonada em um lugar afastado, muito longe da sua casa, assinalou o MCL.
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O julgamento de Cardet Concepción deveria haver sido realizado em 20 de fevereiro, entretanto no último dia 17 informaram ao seu advogado que havia sido adiado para uma "data a ser determinada" e "poderia ser na próxima semana".
O Coordenador Nacional do MCL foi preso no dia 30 de novembro de 2016 em frente à sua casa, no município de Velasco (Holguín), na presença da sua família e dos vizinhos, e foi levado a uma prisão preventiva è espera do julgamento.
O líder dissidente foi acusado pelo regime de “atentado contra as forças da ordem pública, escândalo e desordem pública”, indicou o MCL. Mas, na verdade, a prisão é uma repressão pelo seu trabalho à frente do movimento e pelas críticas que ele fez ao legado o ditador Fidel Castro, que faleceu em 25 de novembro do ano passado.
Na última sexta-feira o movimento opositor denunciou que o regime de Raúl Castro está usando membros da brigada de resposta rápida para apresenta-los como testemunhas no julgamento. "Isso prova, uma vez mais, que esta foi uma causa fabricada", advertiu o MCL.
Confira também:
Segue repressão a membros do MCL que promovem iniciativa “Um cubano, um voto” https://t.co/8HIMTl7kku
— ACI Digital (@acidigital) 10 de fevereiro de 2017