No segundo dia dos Exercícios Espirituais do Papa Francisco e da Cúria Romana na Casa do Divino Mestre, em Ariccia, o franciscano Giulio Michelini levou os participantes a refletir sobre a questão: “Ouço a voz do Senhor, que fala de modo humilde, ou coloco meu interesse pessoal acima do Reino de Deus?”.

Durante a sua reflexão, o sacerdote recordou que Cristo tomava suas decisões na oração, não através de sonhos ou magos, como fazia Alexandre Magno, segundo nos relata Plutarco.

“Faço discernimento baseado em qual critério? Decido impulsivamente, deixo-me levar por aquilo que é habitual, coloco a mim mesmo e meu interesse pessoal acima do Reino de Deus? Ouço a voz de Deus, que fala de modo humilde?”, perguntou.

O sacerdote também recordou que Pedro reconheceu que Jesus é o Messias mediante a revelação, é Jesus que revela pouco a pouco a sua vocação, mas realiza gestos também porque é solicitado por outros.

Na vida de Jesus de Nazaré – explica o franciscano – é deixado muito espaço aos encontros, que incidem na sua vocação. Além disso, segundo a tradição judaica, considerava-se que Deus continuasse falando de modo muito humilde, como por exemplo, mediante a voz das crianças.

Segundo a Rádio Vaticano, o Pe. Michelini também falou sobre a interpretação daqueles estudiosos que consideram que Jesus soubesse o que estava para acontecer. No Evangelho segundo Mateus se diz que Jesus se retirava, um verbo que no grego antigo indicava a retirada dos exércitos diante de uma derrota ou de um perigo.

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Jesus também parece se retirar diante da notícia da prisão do Batista e quando sabe que os fariseus querem matá-lo, mas todas essas retiradas são estratégicas, ressaltou Pe. Michelini, não são para se deter: após ter se retirado, Jesus faz coisas concretas, isto é, começa a anunciar o Reino e a curar os doentes.

Finalmente, o sacerdote franciscano recorda que seguir Cristo implica carregar a própria cruz.

“Pergunto-me se tenho a coragem de caminhar até o fim para seguir Jesus Cristo, levando em consideração que isso comporta levar a cruz, como Ele disse, anunciando a ressurreição, a alegria, mas também a provação: ‘Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e me siga’”, expressou.

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