Várias paróquias da capital espanhola leram este domingo o manifesto do Arcebispado de Madri em apóio à manifestação do próximo 18 de junho que percorrerá as ruas da cidade a favor do matrimônio, a família e os direitos das crianças e em contra do projeto legislativo que equipara as uniões homossexuais ao matrimônio e lhes concede a adoção de menores.

A nota, escrita pelo Conselho de Leigos da arquidiocese de Madri, foi lida ao finalizar as Eucaristias dominicais em várias paróquias. Prevê-se que sua leitura culmine o próximo fim de semana em todas as paróquias madrileneses.

No documento, fotocopiado e distribuído entre os assistentes, o órgão diocesano “apóia a manifestação convocada pelo Foro Espanhol da Família (FEF), à qual se aderiram outras muitas instituições e confissões religiosas, e convida a participar da mesma”.

A nota foi encarregada pelo Arcebispo de Madri, Cardeal Antonio María Rouco Varela, para “informar diretamente da manifestação prevista para o dia 18 de junho e dos motivos da mesma, assim para convidar a que se responda da melhor maneira possível a dita convocatória”, assinalou em uma mensagem aos sacerdotes o Bispo Auxiliar de Madri, Dom Fidel Herráez.

Alteração substancial do matrimônio e a família

Diante das “polêmicas medidas anunciadas pelo Governo” em temas como a defesa da vida, o matrimônio e a família, a educação religiosa na escola, a adoção de menores por casais do mesmo sexo, o Conselho de Leigos expressa a “profunda inquietação” que vivem os espanhóis “preocupados com o futuro de nossa sociedade e de instituições como o matrimônio e a família”, cuja estrutura natural “pretende ser alterada substancialmente”.

Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram

Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:

depois de alegar que as iniciativas de diálogo com o Governo “não foram tidas em conta e sendo previsível que não o serão”, o órgão diocesano afirma que “acreditam em consciência que devemos nos manifestar para fazer valer nossos direitos democráticos e nos opor a leis como a de chamar matrimônio às uniões de casais do mesmo sexo, a da adoção de crianças por este tipo de casais, a pesquisa com células embrionárias, que atentam contra a reta razão e supõem uma agressão aos fundamentos da vida familiar e social”.

Rezará pela manifestação

De outro lado, o Bispo de Calahorra e Calzada-Logroño e presidente da Comissão de Pastoral Social da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), Dom Juan José Omella, expressou seu apoio à manifestação convocada pelo FEF para o 18 de junho com o fim de protestar contra o “matrimônio” homossexual e outras iniciativas governamentais contra a vida, a família e a instituição matrimonial.

O Prelado indicou que a concentração está organizada pelo FEF, quer dizer, "os próprios cristãos, seculares e leigos que querem fazer ouvir sua voz". O Bispo manifestou o respeito por parte da hierarquia católica a esta iniciativa, que "representa a presença pública, também dos cristãos, na construção da sociedade".

Ante os jornalistas que assistiram à apresentação da tradução ao castelhano do "Compêndio da doutrina social da Igreja", Dom Omella assinalou que não poderá ir à concentração porque esse dia estará ocupado com uma visita pastoral em sua diocese. "Mas rezarei para que a manifestação se desenvolva em clima de paz e não de violência e pedirei para que os governantes que tanto nos falam (de diálogo) escutem o grito do povo", assegurou.