LIMA, 21 de mar de 2017 às 18:00
A ONG peruana Promsex foi alvo de duras críticas nas redes sociais por promover a anticoncepção e a pílula do dia seguinte, remédio abortivo, em meio aos desastres naturais que destroem o Peru há algumas semanas.
Promsex recebeu durante mais de 10 anos financiamento da multinacional abortista Planned Parenthood, acusada de tráfico de órgãos e tecidos de bebês abortados em suas instalações nos Estados Unidos.
No dia 17 de março, em meio à crise pelas chuvas, inundações e deslizamentos de terra que até então causaram a morte de 75 pessoas e mais de meio milhão de afetados, Promsex publicou em seu site um comunicado exigindo ao presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski , aos congressistas e autoridades locais, que forneçam à população os anticoncepcionais e a pílula do dia seguinte, que pode causar abortos.
Promsex assegurou a sua “preocupação especial pelas mulheres, meninas e meninos” e assinalou que estudos nacionais e internacionais “relatam que durante e depois dos desastres naturais, aumenta o número de gravidez não planejada, da incidência da violência sexual, familiar e do tráfico de pessoas”.
Citando o caso de Evangelina Chamorro – mulher que agradeceu a Deus depois de sobreviver a uma avalanche de lama –, a ONG feminista exigiu às autoridades “fornecer métodos de planejamento familiar gratuitos, incluindo a contracepção oral de emergência”.
Entre os signatários da declaração de Promsex estão: Planned Parenthood Federation of America; Católicas pelo Direito de Decidir, que movimentou mais de 13 milhões de dólares na América Latina para promover o aborto; INPPARES, filial peruana Internacional Planned Parenthood (IPPF); e Anistia Internacional, que promoveu a legalização do aborto em outros países da América Latina, como Paraguai e El Salvador.
Promsex apoiou recentemente o Currículo Nacional do Ministério da Educação, criticado por várias organizações, incluindo a Conferência Episcopal Peruana, por incluir noções de ideologia de gênero. No início deste mês, um milhão e meio de peruanos se manifestaram em todo o país contra a aplicação obrigatória do documento educacional.
Em sua página do Facebook, a publicação de Promsex teve duras críticas.
“Qual a relação dos direitos reprodutivos e sexuais com os deslizamentos de terra? Nota-se que a única coisa que querem é aproveitar qualquer motivo para apelar pelos seus interesses econômicos”, criticou Oscar Rodriguez.
Por sua parte, Yonathan Gutierrez chamou a ONG de “um grupo de sem vergonhas”, porque “o Peru está desmoronando com estes deslizamentos de terra e vocês estão se aproveitando da situação, oportunistas baratos”.
Elizabeth Cerna escreveu nos comentários a Promsex que Evangelina Chamorro “ama a vida e lutou pela sua vida pensando nas suas filhas. Em vez disso, vocês lutam pelo aborto, encorajam as mães a matar os seus filhos”.
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Por sua vez, Veronika Baltodano pediu à ONG peruana que permaneça “calada”, pois “no Peru, com toda esta situação, estamos tentando viver e superar este desastre, mas vocês estão tentando matar com seus ‘direitos reprodutivos’”.
Em um boletim recente intitulado “¿A río revuelto, ganancia de ‘derechos sexuales y reproductivos’?” (A rio turbulento, ‘direitos sexuais e reprodutivos’?), Carlos Polo, Diretor do Escritório para a América Latina do Population Research Institute (PRI), assinalou que “se perguntarmos às milhares de vítimas dos desastres naturais que estão ocorrendo no Peru o que eles precisam, vocês acham que eles diriam preservativos, pílulas do dia seguinte e aborto?”.
“Se os líderes desses povos que ainda estão sob a água ou sob a lama fizessem uma lista de coisas para pedir ao governo, incluiriam tais materiais e serviços de ‘saúde reprodutiva’ no mesmo pacote que os alimentos, as garrafas de água potável, barracas, roupas e remédios?”, questionou.
“Algumas pessoas poderiam pensar que isso é uma brincadeira de mau gosto, mas não é”, lamentou.
Segundo Polo, “no mundo paralelo de algumas ONGs locais e internacionais, preservativos, pílulas do dia seguinte e abortos são essenciais para as vítimas. E exigi-los ao Estado para ‘mulheres, meninas e meninos’ é um direito fundamental”.
“É como se dissessem à ministra da Saúde para comprar preservativos e não se preocupar tanto em repor o material perdido nos hospitais, atender os feridos ou fornecer suprimentos básicos. Quem em sua plena consciência pode pensar que essas pessoas estão preocupadas com o exercício dos seus ‘direitos sexuais e reprodutivos’?”.
Para o Diretor do Escritório do PRI para a América Latina, “diante deste desastre, a resposta é o amor à vida”. Assinalou que “hoje, quando todo peruano compartilha um pouco do pão com os seus filhos e medimos o uso da água potável solidariamente, não podemos entender a atitude destas ONGs”.
Polo destacou que “totalmente contrária foi a atitude da Marcha pela Vida. Não só foi cancelada, mas foi reformulada como #MarchaSolidária, adiando seus legítimos interesses pessoais para ajudar o próximo que está passando por necessidades extremas”.
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— ACI Digital (@acidigital) 25 de novembro de 2016