Na homilia da Missa celebrada na manhã de hoje em Santa Marta, o Papa Francisco pediu aos fiéis para se perguntarem se desapontaram a Deus e se são escravos de alguns ídolos que o afastam dele.

As palavras do Santo Padre se centraram nesta ocasião no “sonho e na desilusão de Deus” e, ao comentar sobre a leitura do Livro do Êxodo, recordou que o povo “trai” os sonhos do Pai e Deus “começa a se sentir desiludido”.

Trata-se da passagem bíblica na qual Deus chama Moisés para entregar-lhe as Tábuas da Lei, mas enquanto isso o povo “não teve a paciência” e fez um bezerro de ouro, um deus “para se divertir”, e se esqueceram do “Deus que os salvou”.

“Esquecer Deus que nos criou, que nos fez crescer, que nos acompanhou na vida: esta é a desilusão de Deus. E muitas vezes no Evangelho, nas parábolas, Jesus fala daquele homem que fez uma vinha e depois faliu, porque os operários a queriam para si”.

“No coração do homem, há sempre esta inquietação! Não está satisfeito com Deus, com o amor fiel. O coração do homem está sempre orientado para a infidelidade. Esta é a tentação”, acrescentou.

Deus, “por meio de um profeta, repreende este povo” que “não tem constância, não sabe esperar, se perverteu”.

“E há a desilusão de Deus: a infidelidade do povo… E também nós somos povo de Deus e conhecemos bem como é o nosso coração e todos os dias devemos retomar o caminho para não escorregar lentamente em direção aos ídolos, às fantasias, à mundanidade, à infidelidade”.

“Creio que hoje nos fará bem pensar no Senhor desiludido: ‘Diga-me, Senhor, está desiludido comigo?’. Com certeza sim, por algum motivo. Mas pensar e fazer esta pergunta”, disse na homilia.

Entretanto, Deus “tem um coração terno, um coração de um pai”. Por isso, convidou a pensar se “Deus chora por mim” e “se eu me afastei do Senhor”.

“Quantos ídolos tenho dos quais não sou capaz de me desfazer, que me escravizam? Esta idolatria que temos dentro de nós. E Deus chora por mim”.

“Pensemos hoje nesta desilusão de Deus que nos fez por amor e nós vamos em busca de amor, de bem-estar, de conforto em outro lugar e não em Seu amor”, pediu.

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“Nós nos afastamos deste Deus que nos criou. E esta é uma reflexão de Quaresma. Isso nos fará bem. E isso, fazê-lo todos os dias; um pequeno exame de consciência: ‘Senhor, que teve tantos sonhos para mim, eu sei que me afastei, mas me diga onde, como voltar...’. E a surpresa será que Ele sempre nos espera, como o pai do filho pródigo, que o viu chegar de longe porque o aguardava”.

Leitura comentada pelo Papa:

Primeira leitura

Êxodo 32, 7-14

Naqueles dias, 7o Senhor falou a Moisés: “Vai, desce, pois corrompeu-se o teu povo, que tiraste da terra do Egito. 8Bem depressa desviaram-se do caminho que lhes prescrevi. Fizeram para si um bezerro de metal fundido, inclinaram-se em adoração diante dele e ofereceram-lhe sacrifícios, dizendo: ‘Estes são os teus deuses, Israel, que te fizeram sair do Egito!’”

9E o Senhor disse ainda a Moisés: “Vejo que este é um povo de cabeça dura. 10Deixa que minha cólera se inflame contra eles e que eu os extermine. Mas de ti farei uma grande nação”. 11Moisés, porém, suplicava ao Senhor seu Deus, dizendo: “Por que, ó Senhor, se inflama a tua cólera contra teu povo, que fizeste sair do Egito com grande poder e mão forte? 12Não permitais, te peço, que os egípcios digam: ‘Foi com má intenção que ele os tirou, para fazê-los perecer nas montanhas e exterminá-los da face da terra’. Aplaque-se a tua ira e perdoa a iniquidade do teu povo.

13Lembra-te de teus servos Abraão, Isaac e Israel, com os quais te comprometeste por juramento, dizendo: ‘Tornarei os vossos descendentes tão numerosos quanto as estrelas do céu; e toda esta terra de que vos falei, eu a darei aos vossos descendentes como herança para sempre”’. 14E o Senhor desistiu do mal que havia ameaçado fazer a seu povo.

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