Rio de Janeiro, 5 de abr de 2017 às 18:00
Representantes da Igreja Católica convocados pela Arquidiocese do Rio de Janeiro marcaram presença no dia 4 de março em uma audiência pública sobre o Plano Municipal de Educação na Câmara de Vereadores da capital fluminense, a fim de se posicionar contra a inserção da ideologia de gênero em tal projeto.
De acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE), os planos municipais deveriam ser votados até junho de 2015, porém ficou atrasado no Rio de Janeiro e, de acordo com o vereador Paulo Santos Messina (PROS), “a ideia é que a câmara vote ainda neste mês de abril”.
Presente na audiência, Padre Augusto Bezerra, sacerdote da Arquidiocese do Rio de Janeiro, falou em plenário e publicou em sua página no Facebook o vídeo do pronunciamento no qual ressaltou que “essa temática (da ideologia de gênero) não se trata somente de uma questão religiosa”.
O sacerdote explicou que se trata “do direito dos pais de educarem seus filhos”. “Sabemos que o Estado deve assumir o seu papel com dignidade e respeito com a família. Ele não pode ser maior do que a família, não pode tomar a tutela dos pais de educar. É um direito natural, um direito dos pais educarem os seus filhos”, disse.
Pe. Bezerra salientou que “a Igreja sempre será advogada da família. Nós não temos um partido específico, mas temos um ‘partido’ que podemos chamar família, vida, dignidade da pessoa humana. Esse ‘partido’ sempre terá a nossa advocacia, a nossa defesa, a nossa parceria”, acrescentou.
Por sua vez, o presidente do Observatório Interamericano de Biopolítica, Professor Felipe Nery, que também participou da audiência pública, recordou que a ideologia de gênero foi retirada do Plano Nacional de Educação (PNE).
“O principal aqui é esclarecer aos vereadores, auxiliá-los, não é pressioná-los e nem obrigá-los. Pelo contrário, é esclarecer para eles que a ideologia de gênero já foi retirada do Plano Nacional em 98% dos planos municipais e nos estados do Brasil inteiro; em 5.570 municípios nós temos 98% contra. Nenhuma capital aprovou, e os estados, praticamente todos, também reprovaram”, afirmou, segundo o site da Arquidiocese do Rio de Janeiro (ArqRio).
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O Prof. Nery lembrou ainda que “o estado do Mato Grosso, que foi o primeiro a aprovar com gênero, refez o seu plano. Ou seja, as pessoas depois vão se dando conta que há um ardil, uma mentira por trás disso”.
“A ideologia de gênero não é uma questão de Direito da Família, de ser contra a questão de gênero, não se trata de que não se esteja querendo discutir isso: quem está debatendo justamente somos nós. Nós que tiramos isso para refletir, tiramos uma coisa silenciosa para discutir”, reforçou.
De acordo com ele, o que se deseja “é que não se ensine mentira para as crianças. A ideologia de gênero desconstrói a identidade humana, o que nós não queremos para as nossas crianças”.
Confira também:
O que é realmente a ideologia de gênero e como ela age? Bispo responde https://t.co/lTMtTi8lBa
— ACI Digital (@acidigital) 23 de novembro de 2016