VATICANO, 9 de abr de 2017 às 09:30
O fundamentalismo islâmico voltou a golpear os cristãos no Egito. Dois atentados terroristas, um nas proximidades de Cairo e outro em Alexandria, deixaram dezenas de mortos.
Um primeiro artefato explodiu durante a celebração da Missa de Domingo de Ramos na Igreja copta de São Jorge, na localidade egípcia de Tanta, perto de Cairo, provocando mais de 25 mortos e mais de 70 feridos. O templo estava repleto de fiéis. Segundo informaram fontes das forças de segurança egípcia, a bomba estava colocada debaixo de um dos bancos para os fiéis.
Horas depois, uma segunda bomba explodiu na Igreja de Morkoseya, em Alexandria. De acordo com os meios de comunicação egípcios, neste segundo ataque 2 pessoas tinham morrido e dezenas ficaram feridas.
Durante a oração do Ângelus, na Praça de São Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco condenou este atentado e expressou sua solidariedade coma s vítimas.
“Rezemos pelas vítimas do atentado perpetrado, infelizmente, hoje, esta manhã, no Cairo, numa igreja copta. Ao meu querido irmão, Sua Santidade Tawadros II, à Igreja copta e a toda a querida nação egípcia expresso o meu profundo sentimento de pesar. Rezo pelos defuntos e feridos. Estou próximo aos familiares e a toda comunidade. Que o Senhor converta o coração das pessoas que semeiam terror, violência e morte, e também o coração daqueles que fazem e traficam armas”, disse o Santo Padre.
Em sua mensagem, Francisco também recordou as vítimas do recente atentado terrorista em Estocolmo, Suécia.
Estes ataques se realizam poucos dias antes da viagem do Papa Francisco ao Egito, que acontecerá em 28 e 29 de abril. Esta visita terá um forte conteúdo ecumênico e inter-religioso.
Há meses, a comunidade cristã no Egito está sendo vítima de uma perseguição sem medida por parte do grupo jihadista Estado Islâmico.
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No último dia 23 de fevereiro, três cristãos foram assassinados por terroristas dessa organização na península do Sinai. Este ato terrorista provocou o êxodo de centenas de cristãos coptos que fugiram frente à insegurança reinante na região.
Antes, em 19 de fevereiro, o Estado Islâmico havia ameaçado os cristãos egípcios mediante um vídeo no qual anunciava novos atentados contra igrejas.
O vídeo incluía uma reivindicação do atentado suicida com carro bomba que em dezembro do ano passado provocou a morte de 27 cristãos na catedral copta de São Marcos, no Cairo.
O Egito, com quase 84 milhões de habitantes, tem uma das maiores minorias cristãs do mundo islâmico. De 5% a 10% de seus habitantes são cristãos, a maioria deles da Igreja Copta Ortodoxa, embora também haja uma minoria católica.
O Estado Islâmico e outros grupos terroristas conseguiram se tornar fortes na península do Sinai. Os ataques contra a comunidade cristã são constantes nessa região. Desde 16 de outubro de 2016, o exército egípcio está desenvolvendo uma grande operação contra o Estado Islâmico na península do Sinai, sem que até o momento tenha conseguido grandes resultados.
Confira também:
Este é o programa oficial da visita do Papa Francisco ao Egito https://t.co/CR7ceE31ht
— ACI Digital (@acidigital) 3 de abril de 2017