A publicação quinzenal da Arquidiocese de Montevidéu “Entre Todos” criticou as declarações do general em retiro Iván Paulós sobre o uso da tortura como “parte da guerra” e recordou que nenhum cristão pode justificar esta prática que lesa a dignidade humana.

Na sua edição de finais de maio, a publicação expressou sua “profunda pena ao ver como um ser humano pode aprovar esses procedimentos de total desumanidade”, e recordou que o direito internacional condena este abuso, sob qualquer nome.

O militar retirado justificou em dias passados o uso da tortura como método a aplicar durante as guerras, em alusão ao uso que foi-lhe dada durante a ditadura militar no Uruguai.

“Entre Todos” assinalou que esta prática merece o rechaço de todo discípulo de Cristo. Explicou que quando uma autoridade deseja obter informação para esclarecer um delito, “deve-se observar escrupulosamente a regra que proibe a prática da tortura, até nos casos dos crímes mais graves”.

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O “discípulo de Cristo rechaça todo recurso a tais meios, que nada é capaz de justificar e que envilecem a dignidade do homem, tanto em quem é a vítima como em quem é seu verdugo”, indicou.

Acrescentou que para obter a reconciliação entre uruguaios é necessário que os responsáveis expressem arrependimento pelo mal causado, peçam perdão a Deus e ao próximo, manifestem o propósito de emenda, e procurem reparar –no possível- o dano ocasionado.

O texto enfatiza que estes atos “gritam não só aos fiéis mas também a todo ser humano nobre, bem nascido que escuta a voz de sua consciência e de seu coração”.