De visita na Espanha, o Arcebispo de Kigali e administrador apostólico da diocese do Kabgayi (Ruanda), Dom Thadee Ntihinyurwa, assegurou que "falta tempo" para a "reconciliação plena" em Ruanda e para que as pessoas possam expressar-se livremente, em um país "onde as instituições democráticas são ainda muito jovens".

Dom Ntihinyurwa, também presidente de Cáritas Ruanda, fez estas declarações em Madri, onde exporá o estado e os desafios do processo de reconciliação nacional, assim como o trabalho que realiza atualmente a Igreja.

No atual processo de reconciliação, "as pessoas vivem nos mesmos locais e compram nos mesmos lugares, mas se sair o fogo que anime as desigualdades" é impossível saber o que pode ocorrer, disse o Prelado ao referir-se à situação política de seu país.

Em roda de imprensa, o Arcebispo de Kigali indicou que nas últimas eleições se afirmou que houve 96 por cento de participação, "mas se sabe que não foi assim".

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Dom Ntihinyurwa também se referiu aos trabalhos que desempenha Cáritas em Ruanda. Dita instituição inclui uma Comissão de Justiça e Paz, que reúne aos ruandeses que "querem fazer algo pela justiça e a paz tão necessárias em nosso país".

O Arcebispo destacou a criação da Comissão para a Unidade e a Reconciliação por parte do Governo, "algo necessário em um país como o nosso", e a de Defesa dos Direitos do Homem, que "luta pela eqüidade e a justiça entre os homens".

Por sua parte, o secretário geral de Cáritas Espanhola, Silverio Agea, referiu-se à presença desta organização nos últimos dez anos nos campos de refugiados da zona africana dos Grandes Lagos, onde se atenderam desde 1994 quase quatro milhões e meio de pessoas e se investiram quase 40 milhões de euros, quer dizer, 50 milhões de dólares americanos.