O Papa Francisco celebrou a Missa na manhã de hoje na capela da Casa Santa Marta e explicou que a fé se sustenta sobre fatos concretos, como Deus se fez carne.

Durante a sua homilia, falou acerca da história do encontro de Nicodemos com Jesus e o testemunho de Pedro e João depois da cura do aleijado. Este é “um fato concreto”,

“a concretude da fé” em relação aos doutores da lei que “querem negociar para alcançar um acordo”, explicou.

Entretanto, “Pedro e João têm coragem, franqueza, a franqueza do Espírito que significa falar abertamente, com coragem, a verdade, sem nenhum pacto”.

“Às vezes, esquecemo-nos de que a nossa fé é concreta: o verbo se fez carne, não se fez ideia: tornou-se carne. Quando rezamos o Credo dizemos coisas concretas: ‘Creio em Deus Pai que fez o céu e a terra, creio em Jesus Cristo que nasceu, que morreu...’. São coisas concretas”.

“Por isso, o Credo não diz: ‘Creio que devo fazer isso, que devo fazer aquilo ou que as coisas são para isso...’. Não! São coisas concretas. A concretude da fé que leva à franqueza, ao testemunho até o martírio, não faz pactos ou idealização da fé”.

Francisco reconheceu que, às vezes, a Igreja também caiu em uma “teologia do ‘pode e não pode’. E para estes doutores da lei, o Verbo não se fez carne, mas lei. É preciso fazer isso só até aqui. Deve ser feito isso e não aquilo”.

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“E assim, engaiolaram-se nesta mentalidade racionalista que não terminou com eles, hein? Na História da Igreja muitas vezes, a própria Igreja que condenou o racionalismo, o Iluminismo, caiu nesta teologia do ‘pode e não pode’, do ‘até aqui e até lá’, e se esqueceu da força, da liberdade do Espírito, do renascer do Espírito que nos dá a liberdade, a franqueza da pregação e de anunciar que Jesus Cristo é o Senhor”.

Portanto, “peçamos ao Senhor esta experiência do Espírito que vem e vai e leva-nos para a frente, o Espírito que nos dá a unção da fé, a unção da realização da fé”.

“O vento sopra onde quer e ouve-se a sua voz, mas não se sabe de onde vem e nem para onde vai. Assim é todo aquele que nasce do Espírito: ouve a voz, segue o vento, segue a voz do Espírito sem saber aonde terminará, pois optou pela fé concreta e pelo renascimento no Espírito”, manifestou o Papa.

“Que o Senhor – pediu para concluir – dê a todos nós este Espírito pascal a fim de caminhar nas estradas do Espírito sem acordos, sem rigidez, mas com a liberdade de anunciar Jesus Cristo assim como Ele veio: em carne”.

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