Durante a catequese da Audiência Geral desta quarta-feira, o Papa Francisco comparou a esperança cristã a uma âncora fixa no céu: “Nós temos nossa vida ancorada no céu. O que temos que fazer? Segurar a corda: ela está sempre ali. E assim vamos avante, porque estamos certos de que a nossa vida é como uma âncora no céu, naquela margem onde chegaremos”.

O Santo Padre assegurou que a âncora é um dos símbolos cristãos de que mais gosta: “Não por acaso entre os símbolos cristãos da esperança está a âncora. Expressa que a nossa esperança não é vaga, não pode ser confundida com um sentimento mutável de quem quer melhorar as coisas deste mundo de maneira irrealista, partindo somente da própria força de vontade”.

Pelo contrário, “a esperança cristã encontra sua raiz na segurança daquilo que Deus prometeu e realizou em Jesus Cristo. Se Ele nos garantiu que nunca nos abandonará e se no início de cada vocação existe um ‘segue-me’ com o qual Ele nos assegura que permanecerá sempre conosco, por que temer? Com esta promessa, os cristãos podem caminhar por todas as partes”.

O Pontífice realizou esta reflexão a partir de duas frases do Evangelho de São Mateus: “Estou convosco todos os dias até o fim do mundo”; “A Ele será dado o nome Emanuel, que significa Deus conosco”.

Francisco destacou que essas palavras refletem a proximidade de Deus a suas criaturas. “São palavras que comunicam o mistério de um Deus cujo nome, cuja identidade é ‘estar com’, em particular ‘conosco’, ou seja, com a criatura humana”.

“O nosso Deus não é um Deus ausente, levado por um céu muito distante; é, pelo contrário, um Deus ‘apaixonado’ pelo homem, tão ternamente amante, a ponto de ser incapaz de separar-se dele. Nós humanos somos hábeis em cortar ligações e pontes. Ele, pelo contrário, não. Se o nosso coração se esfria, o seu permanece incandescente. O nosso Deus nos acompanha sempre, mesmo se por desventura nós nos esqueçamos Dele”.

O Papa recordou que o homem está em caminho neste mundo e que, nesse caminhar, sempre está acompanhado por Deus. “A nossa existência é um peregrinar, um caminho. Nossa alma é uma alma migrante. A Bíblia está repleta de histórias de peregrinos e viajantes”.

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“Em seu caminho no mundo, o homem nunca está sozinho. Sobretudo o cristão não se sente nunca abandonado, pois Jesus nos assegura não somente de nos esperar ao final de nossa longa viagem, mas de nos acompanhar em cada um de nossos dias”.

O Bispo de Roma se perguntou: “Até quando perdurará a preocupação de Deus pelo bem-estar do homem? A resposta do Evangelho não deixar espaço a dúvidas: Até o fim dos tempos. Passará o céu, passará a terra, veremos desaparecer a esperança humana, mas a Palavra de Deus é maior que tudo e não passará”.

“Não haverá um dia em nossas vidas em que deixaremos de ser uma preocupação para o coração de Deus. Ele se preocupa conosco, caminha conosco. E por que faz isso? Simplesmente porque nos ama. E Deus certamente proverá todas as nossas necessidades, não nos abandonará no tempo da provação e da escuridão”.

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