A Arquidiocese de Caracas lamentou a “reação injusta e a falta de consideração” de algumas pessoas às palavras do Papa Francisco sobre a Venezuela no sábado, 29 de abril, na coletiva de imprensa durante o voo de regresso do Egito.

Em um comunicado divulgado no dia 1º de maio, assinalou que o Cardeal Jorge Urosa Savino, Arcebispo de Caracas, e quatro bispos auxiliares, lamentaram as reações contra o Papa por suas “declarações espontâneas, depois de uma viagem cansativa”, que foram “emitidas em um ambiente informal, que antes de ser condenadas, devem ser analisadas cuidadosamente. E lidas em um contexto mais amplo”.

Com essas palavras, indica o comunicado, o Papa Francisco “reitera claramente seu amor pela Venezuela e diz que ‘tudo o que for possível fazer pela Venezuela deve ser feito, com as garantias necessárias’”.

O comunicado recordou que o Santo Padre “fez referência à tentativa fracassada de um diálogo insatisfatório realizado em outubro e novembro do ano passado. E assinala que há pessoas que propõem novos encontros. O Papa não indica que haverá alguma participação do Vaticano e afirma inequivocamente que, de qualquer maneira, ‘tem que ser com condições, com condições muito claras’”.

“As declarações do Papa Francisco também devem ser lidas no contexto da carta do Cardeal Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, sobre o fracassado diálogo, dirigida em 2 de dezembro do ano passado ao governo e à oposição venezuelana, na qual indicou que os resultados não eram encorajadores e exigiu do governo quatro condições para seguir em frente: tomar as medidas necessárias para a entrada de alimentos e remédios no país; que ambos os lados façam um acordo de um calendário eleitoral; a restituição da Assembleia Nacional das suas competências constitucionais e que libertem os presos políticos. Esta carta do Vaticano marcou o fim deste diálogo”.

O comunicado do dia 1º de maio também recorda que o Papa se referiu novamente à Venezuela no domingo, 30 de abril, durante a oração do Regina Coeli, na Praça de São Pedro, quando afirmou:

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“Continuam a chegar notícias dramáticas sobre o agravamento dos confrontos, com numerosos mortos, feridos e presos. Uno-me à dor dos familiares das vítimas, a quem asseguro orações, e faço um forte apelo ao governo e a todos os componentes da sociedade venezuelana a fim de que seja evitada qualquer nova forma de violência; sejam respeitados os direitos humanos e busquem soluções negociadas para a crise humanitária, social, política e econômica que está castigando a população. Confiemos à Santíssima Virgem Maria a intenção da paz, reconciliação e democracia para aquele querido país”.

O texto da Arquidiocese ressalta que “nesta mensagem, pronunciada ao mundo inteiro, o Papa manifesta novamente seu amor pela Venezuela e denuncia claramente a grave crise que o povo venezuelano sofre atualmente e, ao mesmo tempo, exige a busca de soluções negociadas para a crise atual do país”.

Por isso, conclui o texto: “O Cardeal Urosa e os bispos auxiliares apelam, portanto, a respeitar o Papa e a manter vivo o amor ao sucessor de Pedro que sempre caracterizou o povo católico da Venezuela”.

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