ESTOCOLMO, 9 de mai de 2017 às 08:00
Um novo estudo revelou que as mulheres que tomam pílulas anticoncepcionais correm o risco de prejudicar sua saúde e bem-estar em geral.
Mudanças de humor, mudanças no nível de energia e uma qualidade de vida “significativamente menor” são os efeitos secundários da pílula anticoncepcional, encontrados depois de três meses de estudo.
“Apesar do fato de que, em média, cerca de 100 milhões de mulheres no mundo usam pílulas anticoncepcionais, hoje sabemos surpreendentemente pouco sobre os seus efeitos na saúde da mulher”, assinalou a professora Angelica Linden Hirschberg, uma das líderes do estudo, segundo indica o Instituto Karolinska.
“A base científica é muito limitada em relação ao efeito da pílula anticoncepcional sobre a qualidade de vida e a depressão e há uma grande necessidade de estudos aleatórios para comparar isso com placebos”, observou a Dra. Hirschberg.
O estudo sobre os efeitos secundários da anticoncepção foi realizado pelo Instituto Karolinska e pela Escola de Economia de Estocolmo e incluiu 340 mulheres saudáveis ??entre 18 a 35 anos.
Seus resultados foram publicados recentemente na revista científica “Fertility and Sterility”.
Um grupo aleatório de mulheres recebeu uma pílula de placebo e o outro recebeu uma pílula anticoncepcional comum com levonorgestrel e ethniylestradoil. Tanto as mulheres como os líderes do estudo não sabiam as pílulas que estavam tomando.
Em comparação com o grupo placebo, as mulheres que tomaram a pílula informaram que o seu autocontrole, vitalidade e humor foram afetados e assinalaram que a sua qualidade de vida diminuiu significativamente.
“É necessário prestar atenção e considerar esta eventual degradação da qualidade de vida, juntamente com a prescrição de pílulas anticoncepcionais e a escolha de um método de anticoncepção”, sustentou Niklas Zethraeus, um dos coautores do estudo, segundo o jornal britânico ‘The Independent’.
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Enquanto a maioria das mulheres é consciente da existência de alguns efeitos secundários ao tomar pílulas anticoncepcionais, cada vez há mais estudos que mostram o impacto negativo que podem ter.
No ano passado, um estudo dinamarquês informou sobre a relação adversa entre o controle hormonal da natalidade e a depressão, que associava mulheres que consomem a pílula a um posterior uso de antidepressivos.
Embora este estudo sueco especialmente não tenha detectado algum aumento na depressão, especialistas observaram que a anticoncepção não pode ser generalizada e que os diferentes tipos de pílulas têm efeitos secundários.
“Todos os tipos de anticonceptivos hormonais têm vantagens e desvantagens. Este possível efeito na qualidade de vida contribui para esse conhecimento e poderia ser de participar importância para as mulheres que experimentaram anteriormente sintomas negativos de estado de ânimo”, afirmou Hirschberg.
Para as mais de 100 milhões de usuárias de pílulas anticoncepcionais, os pesquisadores do estudo sugeriram que o impacto negativo na qualidade de vida poderia ter uma “importância clínica” para as mulheres e é algo sobre o que elas devem estar conscientes.
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— ACI Digital (@acidigital) 17 de dezembro de 2015