PARIS, 9 de mai de 2017 às 12:00
Diante da vitória do candidato Emmanuel Macron no segundo turno das eleições presidenciais na França, o presidente da Conferência Episcopal Francesa, Dom Georges Pontier, expressou que o novo governante deve ter “êxito pelo bem do país”.
No dia 7 de maio, Macron venceu com 66,06% dos votos a candidata da direita Marine Le Pen, do Partido Frente Nacional.
Macron assumirá o governo em 14 de maio e deverá enfrentar desafios, tais como o desemprego, a ameaça terrorista e a divisão política.
Em declarações à Rádio Vaticano, Dom Pontier indicou que uma das prioridades para o governo de Macron é “lutar contra o desemprego, dar trabalho a todos, porque certamente é este o aspecto que é mais destrutivo para as pessoas, para as famílias, para as perspectivas, para os projetos, em particular no que diz respeito aos jovens que não veem um horizonte claro”.
“Nestas circunstâncias, há uma confiança que foi destruída, mas a confiança poderá ser recuperada por meio de ações que deem frutos, frutos, frutos, mas, sobretudo, para os mais fracos. Evidentemente este é o ponto mais importante”, expressou o também Arcebispo de Marsella.
“Macron foi eleito com uma votação importante, visto os resultados. É necessário, certamente, fazer votos a ele de um bom governo, para o bem de nosso país, de outra forma, será uma catástrofe. As tensões, a busca de mudanças, as incertezas são tais, que é preciso um governo de sucesso”, manifestou Dom Pontier.
O presidente da Conferência Episcopal Francesa indicou que as próximas eleições legislativas acontecerão nos dias 11 e 18 de junho. “Teremos que enfrentar um novo parlamento e estamos vivendo por um momento de grandes incertezas, porque é um momento de grandes mudanças”.
“É necessário reencontrar certa sabedoria e isto é certo! E depois, somos conscientes do fato de que não devemos colocar o nosso país em condições de se tornar ingovernável. Por isso, é necessário que o presidente e seu governo possam trabalhar”, afirmou.
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O Prelado acrescentou que “a batalha das ideias, muitas vezes, gera divisão na hora de agir e temos que levar isso em consideração. Portanto, não nos surpreende que os católicos estejam divididos”.
“Os católicos estão em todos os estratos sociais, em todos os estratos culturais. E, então, espelham a sociedade francesa, estão divididos mesmo se existem limites que não podemos superar se quisermos permanecer católicos. As barreiras que nascem a partir do Evangelho, do respeito pelo homem, respeito pela vida, respeito pela acolhida, pela acolhida do estrangeiro, da justiça social, da busca pela paz. E tudo isto deve iniciar em nível europeu, inicia pelo fato de que seja esta Europa a oferecer a solidariedade aos outros países”, indicou.
Por outro lado, Dom Pontier assinalou que esta eleição “é uma mudança da sociedade. De qualquer maneira, o fato de que tenha havido muitos votos em branco (11,5%) – mais do que o normal – demostra essa insatisfação e mostra esta mudança”.
O Prelado também indicou que a França deve seguir na União Europeia e “continuar oferecendo à Europa os meios para gerar na entidade europeia um respeito por cada povo, é claro, ao criar uma unidade coerente e frutífera para todos”.
“Devemos implementar mecanismos de confiança e paralelamente mecanismos sobre temas como os impostos ou salários, que têm uma diferença muito grande entre os países com o desafio de acolher os estrangeiros em relação à situação mundial atual”, precisou.
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— ACI Digital (@acidigital) 30 de novembro de 2016