JERUSALÉM, 11 de mai de 2017 às 08:00
O Professor Shmuel Pietrokovski e o Dr. Moran Gershoni, pesquisadores do Departamento de Genética Molecular do Instituto de Weizmann de Ciências, revelaram que cerca de 6.500 genes humanos codificadores de proteínas reagem de forma diferente no sexo masculino e feminino.
Esta descoberta desmascara o mito da ideologia de gênero, a qual considera que a diferença entre homens e mulheres é um fato social e/ou cultural, ou seja, uma construção, em vez de algo biológico ou natural.
Em um recente artigo da sua instituição, os cientistas indicaram que para identificar os milhares de genes recorreram ao projeto GTEx, um grande estudo de expressão genética humana registrado para numerosos órgãos e tecidos do corpo de aproximadamente 550 doadores adultos.
“Este projeto permitiu, pela primeira vez, o mapeamento integral da estrutura genética do sexo humano diferencial”, detalharam.
Em seguida, ambos os investigadores examinaram cerca de 20.000 genes codificadores de proteínas, classificando-os por sexo e procurando diferenças na expressão de cada tecido.
Eventualmente, identificaram cerca de “6.500 genes com atividade que estava orientada a um sexo ou outro em pelo menos um tecido”.
“Por exemplo, descobriram genes que estavam altamente expressos na pele dos homens em relação aos da pele das mulheres, e perceberam que estavam relacionados com o crescimento do cabelo no corpo. A expressão genética para a construção muscular foi maior nos homens; e para o armazenamento de gordura foi maior nas mulheres”.
O mapa detalhado desses genes, publicado na revista BMC Biology, proporciona evidências de que os homens e as mulheres experimentam “um tipo de evolução separada”, que também está interligada.
Há vários anos, o Professor Shmuel Pietrokovski e o Dr. Moran Gershoni se perguntaram por que é comum a prevalência de algumas doenças humanas.
Nesse sentido, viram que as mutações que afetam a fertilidade eram relativamente generalizadas, onde aproximadamente “15% dos casais que tentam engravidar se definiam como inférteis”.
Para os cientistas, o “senso comum” lhes disse que estas mutações, que “afetam diretamente a sobrevivência da espécie através da redução do número de filhos, deveriam ter sido rapidamente eliminadas pela seleção natural”.
No seu estudo, os especialistas demostraram que as mutações nos genes específicos da formação do esperma persistem precisamente “porque os genes se expressam somente nos homens”.
“Uma mutação que é problemática somente para a metade da população, não importa o quanto é prejudicial, passa livremente à próxima geração pela outra metade”.
Outras diferenças
Além disso, os cientistas observaram as tendências para acumular mutações “para ver se a seleção natural põe mais ou menos pressão sobre os genes que são específicos para homens ou mulheres”, ou seja, até que ponto são mutações prejudiciais eliminadas ou toleradas na população.
De fato, os pesquisadores descobriram que a eficiência da seleção natural é mais fraca em muitos desses genes.
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“Quanto mais um gene era específico de um determinado sexo, menos seleção (natural) vimos no gene. E mais uma diferença: esta seleção foi ainda mais fraca com os homens”, disse o Dr. Gershoni.
Embora não haja uma explicação completa desta diferença adicional, os pesquisadores apontaram uma teoria da evolução sexual proposta pela primeira vez na década de 1930.
“Em muitas espécies, as fêmeas podem produzir apenas um número limitado de descendentes, enquanto os machos podem, teoricamente, mais. Por isso, a sobrevivência da espécie dependerá das fêmeas mais viáveis ??na população do que os homens. Assim, a seleção natural pode ser mais ‘permissiva’ (pouco exigente) com os genes que só são prejudiciais para os homens”, explicou o Professor Pietrokovski.
Além dos órgãos sexuais, os pesquisadores descobriram uma série de genes ligados ao sexo nas glândulas mamárias, “algo não tão surpreendente”, a exceção “de que aproximadamente a metade destes genes se expressaram em homens”.
“Como os homens têm estruturas mamárias totalmente equipadas, mas basicamente não funcionais, os cientistas fizeram uma suposição de que alguns desses genes poderiam suprimir a amamentação”, detalharam.
Um lugar menos óbvio que incluiu a expressão genética foi somente o ventrículo esquerdo do coração nas mulheres. Outro desses genes, também relacionados à absorção de cálcio, mostrou níveis de expressão muito elevados em mulheres jovens que diminuíram drasticamente com a idade.
“Os cientistas pensam que são ativos em mulheres até a menopausa, protegendo seus corações, mas que causa doenças cardíacas e osteoporose nos últimos anos, quando a expressão genética está fechada”, assinalaram os pesquisadores.
Entretanto, outro gene que principalmente se expressou de maneira ativa no cérebro das mulheres e, “embora a sua função exata seja desconhecida”, os cientistas pensam que “pode ??proteger os neurônios de Parkinson, uma doença que predomina e começa mais cedo nos homens”.
Os pesquisadores também identificaram a expressão do gene no fígado de mulheres que regula o metabolismo de drogas, “fornecendo evidência molecular para a diferença conhecida no processamento de drogas entre mulheres e homens”.
“O genoma básico é quase o mesmo em todos nós, mas é usado de forma diferente em todo o corpo e entre os indivíduos. Portanto, quando se trata das diferenças entre os sexos, vemos que a evolução muitas vezes funciona no nível da expressão genética”, acrescentou o Dr. Gershoni.
Nesse sentido, o Prof. Pietrokovski indicou que, “paradoxalmente”, aqueles “genes vinculados ao sexo são aqueles nos quais as mutações prejudiciais são mais propensas a serem transmitidas, incluindo aqueles que afetam a fertilidade”.
“A partir deste ponto de vista, homens e mulheres sentem diferentes pressões de seleção e, pelo menos até certo ponto, a evolução humana deve ser vista como uma coevolução”.
Finalmente, o pesquisador detalhou que este estudo também enfatiza a necessidade de uma compreensão melhor das diferenças entre homens e mulheres, “nos genes que causam a doença ou respondem aos tratamentos”.
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— ACI Digital (@acidigital) 9 de março de 2017