REDAÇÃO CENTRAL, 16 de mai de 2017 às 18:00
A blogueira católica Jenny Uebbing escreveu um recente artigo no qual afirmou que não é possível praticar a ioga fora da espiritualidade hinduísta, porque esta disciplina contém “potenciais perigos” que são “inerentes”.
“O Pe. Michael me perguntou se eu realmente acreditava que as minhas intenções poderiam despojar o significado inerente de alguma coisa. Fez a analogia de ir à Missa como um não crente, imitando as posições de genuflexão ou fazendo o sinal da cruz. ‘Mudaria o que está acontecendo no altar? Não existe alguma realidade espiritual, seja ou não reconhecida pelo crente?’”, perguntou Uebbing em seu blog “Mama needs coffee” de CNA, agência em inglês do Grupo ACI.
Nesse sentido, este sacerdote dedicado ao ministério de libertação lhe indicou que “não é possível alterar o significado intrínseco de algo simplesmente por querer que este seja diferente” e recordou que “não existe algo como ioga não espiritual”.
“Nossos corpos físicos expressam realidades espirituais, algo que está no coração da mensagem da Teologia do Corpo de São João Paulo II”, destacou o sacerdote.
A ioga prejudicando a espiritualidade
Em seu blog, a escritora decidiu denunciar o quanto a ioga foi prejudicial depois de uma experiência que marcou a sua vida e a levou a se aproximar de Pe. Michael.
Uebbing assegurou que é necessário fazer uma advertência às pessoas que, assim como ela, “nunca tiveram a intenção de adorar falsos deuses ou colocar qualquer coisa em seus corações além de Jesus, e ainda hoje continuam sendo prejudicadas por isso”.
Depois de ter praticado ioga por vários anos “de uma maneira casual e sem aprofundar na espiritualidade oriental”, a autora revelou que um dia, quando estudava na Universidade do Colorado, participou de uma aula de ioga na qual testemunhou “um elemento maligno”.
“Quando o instrutor fazia algumas posições e recitava meditações, estava adorando alguma coisa. E não era Deus”, disse Uebbing, embora naquele momento não fosse católica praticante.
Alguns anos depois, durante uma sessão de libertação presidida pelo Pe. Michael, ele disse que observava nela “um espírito aflito com algum tipo de filiação com a espiritualidade oriental, algum tipo de maldição associada à ioga”.
“E assim, em nome de Jesus, nós fizemos. Renunciamos a qualquer apego e quebramos toda maldição que rodeava este encontro e houve uma leveza imediata e sensível na atmosfera da igreja onde estávamos rezando. Inclusive o meu esposo, sentado do meu lado, e os membros do grupo de oração, sentados nas cadeiras ao nosso lado, conseguiram perceber. O sacerdote sorriu e balançou a cabeça, ‘isso era algo grande’”, contou Uebbing.
Ao sair do local, o sacerdote explicou que, “quando há perigos espirituais presentes, sempre existe o perigo de ser afetado por algum tipo de abertura. O inimigo anda ao redor como um leão rugindo”.
Ioga e hinduísmo
Uebbing explicou que, historicamente, a ioga é considerada uma disciplina espiritual hinduísta, sobretudo, porque esta religião “popularizou a prática e a considera sua, sendo expressão de culto a várias divindades”.
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“Há algumas diferenças fundamentais entre o hinduísmo e o cristianismo. Vamos nos concentrar nas maiores. As diferenças básicas são o politeísmo (muitos deuses) contra o monoteísmo (um só Deus); e a aniquilação do eu para a busca da ‘unidade com a criação’ oposta a um Deus que se aniquilou a si mesmo para se entregar totalmente às suas criaturas”.
A blogueira indicou que praticar ioga, sendo católico, “não é tentar integrar uma bonita tradição cultural ou forma de arte no culto”, mas “significa a adoração de outros deuses. E existe um só Deus”.
“Ele é o Deus de Isaac e Abraão e o seu Filho unigênito é Jesus Cristo. Praticar outra forma de adoração é quebrar o Primeiro Mandamento”, acrescentou.
A postura da Igreja
Uebbing explicou que a Igreja Católica considera a ioga uma parte da espiritualidade da Nova Era ou New Age.
Do mesmo modo, recomendou um documento do Pontifício Conselho para a Cultura e do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso: “Jesus Cristo portador da água da vida”, recomendado pelo então Cardeal Ratzinger, atual Papa Emérito Bento XVI.
No documento, na secção 2.1, indica-se que “entre as tradições que confluem na Nova Era, pode-se enumerar: as antigas práticas ocultas do Egito, a cabala, o gnosticismo cristão primitivo, o sufismo, as tradições dos druídas, o cristianismo celta, a alquimia medieval, o hermetismo renascentista, o budismo zen, a ioga etc.”.
E novamente na seção 2.134, detalha que “a ioga, o zen, a meditação transcendental e os exercícios tântricos conduzem a uma experiência de plenitude do eu ou iluminação”.
Finalmente, Uebbing afirmou ter lido vários comentários (alguns mais confiáveis do que outros) atribuídos ao falecido ex-exorcista da Diocese de Roma, o Pe. Gabriele Amorth, nos quais explicitou a identificação da ioga com a atividade demoníaca.
“Eu li esse documento do Vaticano e descobri outras fontes, incluindo este documento do Vaticano de 1989: Carta aos Bispos sobre alguns aspectos da Meditação Cristã, que menciona a ioga em uma nota final”, concluiu.
Confira também:
5 chaves para entender por que ioga é incompatível com o cristianismo https://t.co/dZpVWL8BjX pic.twitter.com/yR9U6MG3E1
— ACI Digital (@acidigital) 30 de maio de 2016