FLORIANÓPOLIS, 18 de mai de 2017 às 20:00
Padre Hélio Luciano, especialista em Bioética da Arquidiocese de Florianópolis (SC), esclareceu que, ao contrário do que foi afirmado em uma reportagem a respeito de um folheto sobre ideologia de gênero, “a Igreja Católica não é responsável pela criação da expressão Ideologia de Gênero”.
A matéria de um jornal catarinense aborda a publicação no site do Sindicato das Escolas Particulares de Santa Catarina (Sinepe-SC) de um folheto intitulado “A verdade sobre a ideologia de gênero” que traz explicações sobre o que é tal ideologia e os reflexos de sua aplicação no ambiente escolar.
Na reportagem, a especialista Jimena Furlani, professora da Universidade do Estado de Santa Catarina, afirma que a “ideologia de gênero é uma narrativa criada no interior da Igreja Católica e do movimento pró-vida e pró-família”.
Em sua página no Facebook, Pe. Hélio Luciano, especialista em Bioética, assinalou “que a Igreja Católica não é responsável pela criação da expressão Ideologia de Gênero, como menciona a reportagem, e, muito menos, por desenhar sua conceituação”.
“Gênero – explicou – é expressão com origem no Século XIX a partir de escritos de Karl Marx ao questionar a estrutura familiar. Depois, no século XX, diversos autores ganharam notoriedade ao atrelar o termo gênero ao feminismo, defendendo a urgente desestruturação da família e classificando como ‘repressor’ todo e qualquer pensamento em contrário”.
O sacerdote ressaltou ainda que “o conjunto das iniciativas que, entre outras coisas, visa ‘libertar os seres humanos de sua biologia’ e estabelecer o gênero (na tentativa de se extinguir o termo sexo para definir os dois sexos biológicos masculino e feminino) como uma construção e não um fato biológico são conhecidas, no mundo científico e não somente no mundo religioso, como Ideologia de Gênero”.
“As proposições teóricas e iniciativas práticas neste sentido continuam a se multiplicar em todo o mundo, mesmo que não venham com o rótulo de Ideologia de Gênero”, afirmou, ressaltando que “há países que implementaram tais ações e alguns já voltaram atrás, como Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca e Islândia que retiraram o financiamento do Instituto Nórdico de Pesquisas de Gênero”.
Folheto foi elaborado há dois anos
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A reportagem do jornal catarinense aponta ainda que o folheto publicado no site do sindicato sem identificação “é relacionado ao Padre Hélio Tadeu Luciano de Oliveira”.
O sacerdote esclareceu em sua página no Facebook que o referido panfleto “não é produção recente, mas data de outubro de 2015, de manifesta autoria da Comissão Arquidiocesana para a Vida e Família e da Pastoral Familiar da Arquidiocese de Florianópolis – das quais, naquela ocasião, eu era o assessor”.
“Na ocasião, os responsáveis pela produção concluíram não ser necessária a identificação, pois ele não é de interesse apenas de um setor da sociedade, mas da grande maioria das famílias independentemente do credo”, acrescentou.
Pe. Hélio ressaltou que “não há qualquer discriminação em relação às pessoas que assumem comportamentos diferentes de sua natureza, mas não é razoável que as instituições educativas apresentem ou estimulem as crianças e adolescentes à vivência deles”.
Por fim, recordou que o Papa Francisco “lidera a missão de denunciar e formar ao ser inequivocamente claro sobre o engano da Ideologia de Gênero”. E cita a exortação apostólica Amoris Laetitia, na qual o Pontífice afirma que “esta ideologia leva a projetos educativos e diretrizes legislativas que promovem uma identidade pessoal e uma intimidade afetiva radicalmente desvinculadas da diversidade biológica entre homem e mulher”.
Confira também:
Esta é a história que os ideólogos de gênero não querem que saiba https://t.co/o2RoPmmJPj
— ACI Digital (@acidigital) 1 de fevereiro de 2017