VATICANO, 24 de mai de 2017 às 09:43
Durante a catequese pronunciada na Audiência Geral desta quarta-feira na Praça de São Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco convidou os fiéis a se deixar guiar por Jesus em sua “terapia de esperança”, como fizeram os discípulos de Emaús.
A catequese do Papa foi centrada nos discípulos que, após a crucificação de Jesus, voltaram aos seus lares em uma pequena aldeia, Emaús, decepcionados. Esse caminho de Emaús se converteu em um caminho de esperança quando o Senhor apareceu a eles.
“O encontro entre Jesus e os dois discípulos de Emaús é um encontro rápido, mas nele residiu todo o destino da Igreja”, assegurou o Santo Padre.
Francisco explicou que os discípulos de Emaús “cultivavam uma esperança somente humana, que agora tinha desaparecido”. Antes da Páscoa, antes da Cruz, estavam “cheios de entusiasmo, convencidos de que aqueles dias seriam decisivos para a sua espera e de todo o povo”.
“Jesus, ao qual tinha confiado toda sua vida, parecia finalmente chegar à batalha decisiva, que ia manifestar todo seu poder depois de um longo período de preparação. Isso é o que eles esperavam, mas não foi assim”. Sua esperança “era uma esperança humana”.
Fruto dessa decepção, e do medo de perseguição, os dois fugiram de Jerusalém: “Aquela Páscoa, que devia entoar o canto de libertação, transformou-se no dia mais doloroso de suas vidas”.
O Pontífice assinalou que “Deus não gosta de ser amado como um general que leva o seu povo à vitória, derrotando no sangue os adversários. Nosso Deus é uma frágil chama que arde em um dia de frio e vento”.
Foi nesse contexto que se deu o encontro com Jesus. “Parece ser algo do acaso, assemelha-se a um de tantos encontros que ocorrem na vida. Os dois discípulos caminham pensativos e um desconhecido os alcança. É Jesus, mas seus olhos deles não são capazes de reconhecê-lo”.
“Então, Jesus começa a sua terapia da esperança”, assinalou Francisco. “Isso que acontece nesse caminho é uma terapia da esperança. Quem a fez? Jesus”.
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Jesus, sobretudo, “pergunta e escuta. Nosso Deus não é um Deus invasor. Mesmo se já conhece o motivo da desilusão, deixa-lhes tempo para poder ver em as profundidades da amargura que lhes envolveu”.
Assim, explicou o Papa, produz-se uma confissão que é um reflexo da natureza humana e que se pode resumir nas palavras: “nós esperávamos”. “No fundo, somos um pouco como os dois discípulos. Quantas vezes na vida esperamos, quantas vezes nos sentimos a um passo da felicidade e, em seguida, nos encontramos por terra desiludidos”.
Entretanto, o Papa Francisco rechaçou esse sentimento negativo de decepção, porque “Jesus caminha com todas as pessoas desanimadas que seguem com a cabeça baixa. E caminhando com eles, de maneira discreta, começa a dar esperança”.
Para acender nos discípulos de Emaús a chama da esperança, “Jesus fala a eles, antes de tudo, por meio das Escrituras. Quem pega nas mãos o livro de Deus não encontrará histórias de heroísmo fácil, fulminantes campanhas de conquista. A verdadeira esperança nunca se alcança a um preço baixo: passa sempre pela derrota”.
O Pontífice insistiu: “Jesus sempre está ao nosso lado para nos dar a esperança, para aquecer nossos corações e nos dizer ‘vai adiante, eu estou contigo. Vai adiante’”.
“Deus caminhará conosco sempre, sempre, mesmo nos momentos mais dolorosos, nos momentos mais difíceis, de derrota. Ali está o Senhor. E esta é a nossa esperança. Prossigamos com esta esperança, porque Ele está do nosso lado caminhando conosco, sempre!”, concluiu.
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— ACI Digital (@acidigital) 17 de maio de 2017