No confronto mais recente entre o governo e a Igreja Católica nas Filipinas, as autoridades proibiram colocar terços e ícones religiosos nos veículos, argumentando preocupações de segurança.

De acordo a AFP, a proibição faz parte de uma nova lei que entrará em vigor em 26 de maio e busca eliminar as distrações dos motoristas, como falar ou enviar mensagens de texto nos celulares, maquiar-se ou comer e beber.

A proibição, anunciada na semana passada, provocou rechaço nas Filipinas, onde cerca de 80% da população se diz católica.

“Isto é um exagero, insensível e carente de senso comum”, disse à AFP o Pe. Jerome Secillano, secretário executivo dos assuntos públicos na Conferência de Bispos Católicos das Filipinas (CBCP, na sigla em inglês).

Pe. Secillano disse que a maioria dos motoristas se sente mais seguro colocando seus ícones religiosos em seus veículos, porque lhes dá uma sensação de intervenção e proteção divina.

Em um comunicado publicado no site da CBCP, Pe. Secillano disse que a proibição de ícones religiosos é um excesso de uma lei que, inicialmente, buscava impedir que os motoristas ficassem distraídos com os seus telefones.

“Concordo com a proibição o uso de telefones enquanto estamos dirigindo, mas absolutamente é irrelevante proibir a exibição de imagens religiosas nos carros”, disse.

A Junta de Regulação e Franquias de Transportes Terrestre das Filipinas, que emitiu a proibição, assinalou que os objetos religiosos poderão ser colocados no painel ou no espelho retrovisor do carro somente se não se mexerem ou bloquearem o campo de visão do motorista.

Piston, uma associação de motoristas e proprietários de veículos de transporte público nas Filipinas, disse que não havia nenhuma evidência de que os terços e ícones religiosos causassem acidentes.

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“Não mexam com a fé em Deus dos motoristas”, disse o presidente de Piston, George San Mateo.

A proibição é apenas o último confronto entre as autoridades do governo e da Igreja Católica no país.

A Igreja Católica foi uma das maiores opositoras da guerra violenta e cruel contra as drogas do presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte.

Os Bispos das Filipinas também foram críticos às políticas de Duterte em relação à pena de morte e à saúde reprodutiva, que vão contra a doutrina social da Igreja Católica.

Duterte, por sua parte, não demonstrou muito apreço pela Igreja Católica e insultou várias vezes os Bispos e inclusive o Papa Francisco.

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