Roma, 26 de mai de 2017 às 15:00
“Não podemos permanecer inertes frente aos problemas da família e dos jovens”, exortou o Cardeal Gualtiero Bassetti em seu primeiro encontro com a imprensa após ser eleito novo presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI).
“Nosso tema fundamental é a família, são os jovens (...). Olhemos os jovens com o coração de pastores, nossa preocupação é que ninguém lhes roube a esperança”, expressou o também Arcebispo de Perugia, pois “quando um jovem está frustrado, se torna apático e como poderá enfrentar os desafios da vida?”.
Nesse sentido, o Cardeal Bassetti afirmou que segue sendo “um homem de esperança”, mas assinalou que seu predecessor na presidência da CEI, Cardeal Angelo Bagnasco, “tem razão: aos poucos temos sido ignorados, mas continuaremos gritando, porque não podemos permanecer inertes frentes aos problemas da família e dos jovens”.
Durante a coletiva de imprensa, o Purpurado agradeceu a confiança que os bispos italianos lhe depositaram. O Senhor chama a saber “acolher os sinais dos tempos”, recordou.
Ao ver as primeiras votações, “pareceu-me ser o pequeno Davi contra Golias”, entretanto assegurou que se sentiu encorajado ao perceber “o afeto dos bispos e do Santo Padre”.
“O Papa tem no coração a conversão pastoral da Igreja. Não se trata de mudar algo, é uma mudança de mentalidade, de coração e de mãos: consiste em um momento de habilidade para ir às periferias e abraçar todos”, acrescentou.
Em suas primeiras palavras, o Arcebispo também reafirmou o compromisso da Igreja com as realidades temporais do país, não através da “política dos partidos”, mas “aquela com ‘P’ maiúsculo que consiste no bem comum. A Igreja – e a CEI – quer se comprometer com este segundo aspecto”.
Do mesmo modo, reconheceu que o trabalho com os refugiados “é complexo”, convidou a promover “um grande compromisso de acolhida. Que o refugiado seja acolhido”. “A Igreja se empenha na acolhida, mas também nas regras da acolhida. As pessoas não devem ser obrigadas a partir, devemos criar uma mentalidade para que também possam ficar”, afirmou.
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Diante das perguntas sobre a pedofilia e o fim da vida, o Cardeal Bassetti afirmou que “a pedofilia é preocupante, mas a Igreja e a CEI não partem do zero. O magistério do Papa Bento XVI é de uma claridade total”.
“A pedofilia é um mal estendido também nas famílias. É sempre um mal. As crianças não devem ser tocadas, são sagradas. A pedofilia é um grande crime, mas a Igreja fez e está fazendo todo o possível para enfrentar o problema”, ressaltou.
Sobre o fim da vida, o Arcebispo de Perugia assinalou que, “enquanto uma pessoa se sinta um valor para o outro, é mais difícil que chegue a tirar a própria vida”. Além disso, indicou que “a legislação deveria levar em consideração o parecer do médico que é responsável pelo paciente e deveria ser implicado ainda mais”.
Em relação à exortação apostólica Amoris Laetitia, o Purpurado destacou que é “uma obra-prima”.
“Não é verdade que não fez discernimento. Amoris Laetitia é uma obra-prima. Há uma passagem que deve ser compreendida. Não devemos homologar que toda situação irregular seja pecado mortal. O Papa não fala de admissão ou não admissão aos sacramentos, pede discernimento, iniciar também um caminho penitencial e, depois, ver como vão as coisas. O texto é apresentado como tal, é magistério como o de Pio XII ou de Paulo VI”, afirmou.
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