Roma, 31 de mai de 2017 às 17:30
O Bispo copto-católico de Assiut (Egito), Dom William Kyrillos, afirmou que apesar dos atentados contra eles e as ameaças dos extremistas muçulmanos, os cristãos permanecerão no país, porque “esta é a nossa terra e jamais vamos deixá-la”.
Em uma entrevista concedida à Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), o Prelado indicou que a presença dos cristãos no Egito é como o sal que dá sabor à vida e que “modifica a sociedade e faz a diferença”.
“O Evangelho não nos enganou quando Cristo disse que ‘se me perseguiram, também os perseguirão, mas não tenham medo, porque eu estarei com vocês e ninguém tirará de vocês a alegria que eu vou oferecer’. É essa alegria que nós vivemos, inclusive em momentos de perseguição e de tristeza”, expressou.
Dom Kyrillos disse que atualmente ser cristão no Egito também é um risco, porque “ser cristão já supõe uma dificuldade”.
“Há um grupo extremista que acredita que a salvação só pode existir em uma religião, e esta é o Islã. Esta minoria perturba a existência dos cristãos, porque persegue o objetivo de eliminá-los”, assinalou.
“Mas nós confiamos nas palavras de Jesus, quando disse: ‘Nenhum fio de cabelo da cabeça de vocês se perderá sem a minha permissão’”, afirmou.
O Bispo de Assiut recordou que, quando os irmãos muçulmanos chegaram ao poder em 2012, quando Mohamed Morsi era presidente, e foi derrocado em 2013, disseram em público: “Vamos expulsar os cristãos, todos têm passaportes, vamos mandá-los para os Estados Unidos e o Canadá e converter o Egito em um califado, em uma república muçulmana”.
Diante desta ameaça, o Prelado indicou que os cristãos responderam: “Esta é a nossa terra e jamais iremos deixá-la, vocês não viverão no Egito sem a nossa presença e nós não vivemos no Egito sem a presença de vocês”.
Dom Kyrillos afirmou que o Egito sempre foi uma terra de acolhida. Este lugar também acolheu a Sagrada Família depois que fugiram de Herodes, que havia mandado matar todas as crianças menores de dois anos a fim de matar o Messias.
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Acrescentou que, antes da invasão dos árabes no século VII, os cristãos viviam no Egito e depois se adaptaram à convivência com os muçulmanos. “Todos podem continuar convivendo juntos até o fim”, manifestou.
Por outro lado, Dom Kyrillos agradeceu a todas as pessoas que fazem doações à ACN, porque com esse dinheiro foi possível construir igrejas, conventos, ajudaram os futuros sacerdotes a terminar os seus estudos, entre outras coisas que facilitaram o trabalho pastoral.
O Prelado expressou que graças à ACN a Igreja Católica conseguiu se sustentar, porque “não há outras fontes econômicas. Os sacerdotes vivem dos estipêndios das Missas que recebem anualmente, e as quantidades de dinheiro são pequenas”.
Também agradeceu os apelos de oração que a ACN promove por um povo ou por um país. “Este gesto é muito importante, porque a oração comunitária move montanhas”, destacou.
Para colaborar com o trabalho da ACN para ajudar os cristãos perseguidos em lugares como o Oriente Médio, clique AQUI.
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— ACI Digital (@acidigital) 30 de maio de 2017