Depois que vários especialistas alertaram sobre os perigos da nova série da Netflix “13 Reasons Why”, na qual a protagonista adolescente comete suicídio, um jovem do Peru teria seguido os seus passos e gravou diversos áudios indicando as razões pelas quais decidiu acabar com a sua vida.

A série “13 Reasons Why” estreou no dia 31 de março deste ano e é baseada na no livro homônima, que conta a história de Hannah Baker, de 17 anos, que não deixa uma nota explicando o motivo do seu suicídio, mas várias fitas cassetes nas quais assinala a um grupo de 13 pessoas como cada uma das 13 “razões” pelas quais tomou a decisão de acabar com sua vida.

No dia 4 de maio deste ano, Alonso Franco Lazo Medrano, um jovem engenheiro industrial de 23 anos, se jogou do quarto andar do seu apartamento localizado na cidade de Arequipa, no sul do Peru, deixando duas notas suicidas que a polícia encontrou em seu quarto.

Na primeira nota ele deu indicações e os nomes de algumas pessoas que deveriam ouvir os áudios que ele gravou no seu computador, enquanto na segunda nota se despediu de uma mulher chamada Claudia, a quem amava e a desejou “boa sorte”, segundo informações dos meios locais.

A mãe do jovem indicou que ele ainda estava vivo depois que caiu e foi levado imediatamente para uma clínica, entretanto, morreu a caminho do hospital.

O jornal ‘Expreso’ indicou que, “embora não foi esclarecido se o falecido assistia a série (13 Reasons Why), na qual também aconteceu isso, estão investigando se o jovem repetiu a história devido à repercussão da mídia causada por esta série”.

Os criadores da série assinalaram que com esta querem ajudar a lidar com o problema do suicídio, mas vários especialistas expressam as suas preocupações a respeito.

Leah Murphy, do ministério internacional juvenil Life Teen, observou recentemente que na série “em nenhum momento o tema da doença mental é tratada e deixou no público a ideia de que as pessoas no ambiente de Hannah são responsáveis "pela sua morte”.

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A especialista lamenta também que se mostre a protagonista da série como uma espécie de “mártir heroica” que deixa uma lição e um legado. Um suicida, precisou, “não se torna herói ou se empodera ao identificar as pessoas ao seu redor como as razões para seu suicídio”.

Por outro lado, Chelsea Voboril, Diretora de Educação Religiosa na Igreja Católica Good Shepherd em Smithville, Missouri, disse a CNA – agência em inglês do Grupo ACI – que ela viu a série com alguns adolescentes e ficou preocupada porque as 13 razões expostas foram consideradas pelos jovens como “legítimas” para que Hannah se suicidasse.

Voboril comentou que realizou um debate com os adolescentes, os quais comentaram que, no processo para seu suicídio, a protagonista nunca se aproximou de seus pais ou de um profissional para falar do que se passava.

Ao final da conversa, a especialista pediu aos jovens que queiram ver a série que o façam com seus pais ou um adulto responsável e afirmou: “às pessoas cujas consciências ainda não estão bem formadas ou possam ser influenciadas por algum dos grandes temas, eu simplesmente pediria que a evitem”.

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