ASSUNÇÃO, 9 de jun de 2017 às 08:00
A carmelita descalça Maria Felícia de Jesus Sacramentado poderia se tornar a primeira mulher paraguaia a ser declarada Beata, depois que no dia 1º de junho a junta médica do Vaticano reconheceu que não há nenhuma explicação científica para uma cura atribuída à sua intercessão.
Deste modo, a causa desta venerável será estudada pela Comissão Teológica da Congregação para as Causas dos Santos, para apresentá-la em seguida ao Santo Padre, que finalmente será responsável por avaliar e assinar o decreto que permitiria a sua beatificação.
Maria Felícia Guggiari Echeverria, conhecida como “Chiquitunga”, nasceu no dia 12 de janeiro de 1925. Desde 14 anos, dedicou-se intensamente à oração e ao apostolado na Ação Católica do Paraguai.
Depois de descobrir a sua vocação de religiosa contemplativa, em 14 agosto de 1955 “Chiquitunga” ingressou, aos 30 anos, no Carmelo de Assunção e, 4 anos depois, morreu com uma forte hepatite, em 28 março de 1959.
Seu processo de beatificação começou em 1997 e foi declarada “venerável” em 2010 pelo Papa Bento XVI.
A cura atribuída à intercessão da religiosa ocorreu em 2002, em San Pedro, quando um recém-nascido, Ángel Ramón, apresentou complicações no parto e permaneceu durante vinte minutos sem sinais vitais depois de terem cortado o seu cordão umbilical.
Diante desta complicação, a obstetra pediu a intercessão da carmelita e, depois de 20 minutos de ter sido dado como morto, o bebê recuperou os seus sinais vitais.
“Nem foi necessário colocá-lo no oxigênio, nem pressionaram o seu peito, ele reviveu depois de 20 minutos”, relatou o Pe. Flaminio Benítez, da Ordem Carmelita, que apresentou o caso à Santa Sé.
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“Depois de cinco minutos sem oxigênio, o cérebro fica com sequelas, mas atualmente, 15 anos depois, a criança está normal”, sublinhou o sacerdote segundo assinala AICA.
Em relação à decisão da junta médica do Vaticano, o presidente da Conferência Episcopal do Paraguai e Arcebispo de Assunção, Dom Edmundo Valenzuela, pediu cautela no momento de chamá-la de “Beata”.
“Até que o Santo Padre não promulgue o reconhecimento do milagre inexplicável e maravilhoso, ninguém ainda poderá chamá-la de Beata. Esperemos um pouco mais”, afirmou o Prelado em uma mensagem.
Por sua parte, o Pe. Benítez explicou que, “agora, isto vai para a Congregação para as Causas dos Santos e então os teólogos fazem uma nota ao Papa, apresentando-lhe os resultados da junta médica e, em seguida, o Papa assinará um decreto convocando à beatificação, isso acontecerá somente em alguns meses”.
Até a data, o único santo do Paraguai é o jesuíta e mártir San Roque González da Santa Cruz, canonizado em 1988 pelo Papa São João Paulo II.
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— ACI Digital (@acidigital) 25 de outubro de 2016