Roma, 12 de jun de 2017 às 18:00
Um livro escolar para alunos do ensino médio chama Jesus de “demônio”, no estado de Gujarat, na Índia, o que causou protestos dos cristãos e o pedido para que seja retirado imediatamente.
Segundo assinala a agência Fides, a entidade que publicou o livro em hindi é o Conselho de estado de Gujarat para os livros escolares.
No capítulo 16 do livro, intitulado “Bharatiya Sanskriti Mein Guru-Shishya Sambandh” (A relação entre um guru e seus discípulos na cultura da Índia), no tema que se refere a Jesus Cristo, pode-se ler: “Issam Sambandh mein haivan Isa ka ek kathan sadaa smaraniya Hain”, que em português significa “neste contexto, sempre será recordado um incidente do demônio Jesus”.
O advogado Subramaniam Iyer, que percebeu o erro, diz que neste caso é possível invocar o artigo 295 (a) do Código Penal da Índia, que se refere às ações deliberadas e maliciosas a ultrajar os sentimentos religiosos de qualquer grupo social.
“É simplesmente inaceitável e deve ser imediatamente eliminado”, declarou Iyer, que considera que este erro pode causar problemas de ordem e segurança.
Enquanto isso, o presidente do Conselho do estado de Gujarat para os livros, Nitin Pethani, declarou que se trata de um erro de digitação. “A palavra ‘haiva’, ou seja, discípulo de Jesus Cristo, foi impressa como ‘haivan’, que significa ‘diabo’, sem perceber”, disse.
Ao comentar sobre o erro, o sacerdote jesuíta Cedric Prakash declarou à Fides que “o fato de que Jesus tenha sido difamado em um livro escolar diz muito sobre as pessoas que são responsáveis por formar a consciência, o caráter e o futuro das crianças na Índia”.
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“Muitas pessoas não se preocupar por difamar ou até mesmo eliminar as minorias, os dalits e os tribais”, alertou.
Por isso, solicitou a retirada “imediata do livro escolar, que os responsáveis ??sejam processados ??e que o governo peça desculpas à comunidade cristã”.
Não é a primeira vez que tais erros ocorrem nos livros escolares publicados em Gujarat.
Segundo John Dayal, jornalista católico e ativista dos direitos humanos, “livros escolares sempre foram perigosos em relação à fé. E também há uma grande ignorância, talvez não seja um ato deliberado”.
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— ACI Digital (@acidigital) 27 de abril de 2017