Richard Escalona é um jovem católico venezuelano cujas caricaturas são “uma gota de oxigênio” com as quais busca dar esperança ao seu povo em meio à grave crise que padece atualmente.
O principal canal de divulgação para suas caricaturas são as redes sociais como o Instagram, onde suas publicações chegaram até mais de mil “curtidas”.
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“Com meu trabalho se viu que dentro da Igreja se podia fazer isso. Muitos dos meus companheiros viram a oportunidade também e assumiram que os católicos podemos estar no mesmo nível que qualquer profissional”, contou ao Grupo ACI.
No ano 2012 saiu do seminário e começou a estudar design gráfico. Além de fazer ilustrações para seus clientes, começou a desenhar sobre temas católicos, porque “muito poucas caricaturas retratavam valores espirituais”.
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Sua motivação, recorda, foi a frase de São Paulo “Ai de mim se não evangelizar”, da Primeira Carta aos Coríntios.
“Meu trabalho não é diretamente dirigido às pessoas que estão na Igreja, mas, sobretudo às que não creem. Estas veem algo lindo e dizem ‘esse rapaz está me mostrando a fé a partir de outro ponto de vista’. Em minhas obras sempre deve ter isso”, explicou.
“Minhas caricaturas sempre são acompanhadas de um texto, porque além de dizer uma frase bonita, trata-se de dizer uma frase de fé”, acrescentou.
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Escalona contou ao Grupo ACI que começou a fazer as caricaturas sobre a crise na Venezuela após o início das manifestações em fevereiro de 2014 contra o regime de Nicolás Maduro ante a delinquência, a inflação e a escassez de produtos básicos.
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“Eu não busco retratar os fatos como estão acontecendo, já que muitos fazem o mesmo. Eu busco fazê-lo a partir da criatividade e da originalidade. Uso o que poderia dizer como um sinal de esperança”, afirmou.
Com suas caricaturas, disse, quer “oferecer uma gato de oxigênio do que são nossos valores humanos de motivação, de esperança, de fé, de dizer às pessoas que existe um Deus e que também existem milagres”.
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Este jovem católico manifestou que a realidade enfrentada diariamente é muito forte, pois encontra pessoas procurando comida nas lixeiras, famílias que vivem na rua, inclusive viu seus amigos sofrerem pela escassez de remédio: “Não há nenhum ser humano que veja isso e não lhe parta o coração”, expressou.
Indicou que busca representar esta realidade “além das manifestações, até mesmo das expressões de rua. É leva-las ao sentimento artístico e que também perdure. Que fique marcado nos que estão vivendo isso”.
O jovem está casado há três anos e mora com sua esposa na cidade de Valência, no estado de Carabobo. Indicou que em meio à crise econômica, ele se mantém graças aos desenhos que distintas empresas o encomendam e ao seu trabalho como community manager. Também faz ilustrações sobre o evangelho dominical, desde outubro de 2016, para a rede de televisão católico mundial EWTN.
“Minha esposa e eu somos um casal jovem que vivemos um dia de cada vez. Se eu pudesse resumir meu trabalho e minha vida na Venezuela, é como a de muitos vivendo um dia de cada vez, porque a insegurança pode surgir em algum momento. Apesar de nossos erros, sempre apostamos pela vida em nosso país”, comentou.
