Lisboa, 19 de jun de 2017 às 17:00
Os bispos portugueses manifestaram as suas orações pelas vítimas do incêndio que já deixou 62 mortos no país e vários feridos e desabrigados, bem como dando força a tantas pessoas que estão trabalhando para combater o fogo e ajudar os atingidos.
Tragédia em Pedrógão Grande: O Que Se Sabe Até ao Momento https://t.co/z8DOa5n4Fe pic.twitter.com/ObpuRbe69k
— Bombeiros d'Portugal (@wwwbpscompt) 18 de junho de 2017
Em sua primeira mensagem na conta de Twitter, o Bispo de Avieiro, Dom António Moiteiro, expressou que “o silêncio é a linguagem que assolou o nosso país. Pedimos a Deus a força necessária para todas as vítimas dos incêndios”.
Por sua vez, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e Cardeal Patriarca de Lisboa, Dom Manuel Clemente disse estar “solidário e em oração pelas vítimas e familiares, pelos que combatem os incêndios e para que tudo se faça para prevenir as situações”.
Dom Clemente recordou a nota pastoral lançada pela CEP em abril deste ano sobre este assunto, intitulada “Cuidar da casa comum – prevenir e evitar os incêndios”.
“Não podemos recuar no propósito de levar por diante uma política que, verdadeiramente, previna os incêndios”, postou na rede social, fazendo referência ao documento.
Nesta nota, lançada em 27 de abril e republicada após os incêndios deste fim de semana, a CEP assinala que Portugal, “de ano para ano, tem sido de tal modo assolado por incêndios que esses se tornaram um autêntico flagelo com proporções quase incontroláveis”.
“É a área anualmente ardida que já supera a de qualquer outro país europeu, mesmo aqueles que têm condições climatéricas semelhantes à nossa”, pontuam os bispos sobre os incêndios que se repetem todos os anos no país durante o verão.
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Conforme indica a nota pastoral, “para a mudança de mentalidade e hábitos sociais, tão necessária para a prevenção e o combate aos incêndios, há que mobilizar toda a sociedade, nas suas diversas instâncias: o Estado com os seus responsáveis mais diretos; a Igreja e todas as outras confissões religiosas; as autarquias locais de maior e menor amplitude; as escolas nos seus sucessivos graus de ensino; a comunicação social nas suas diversas expressões; as mais variadas associações e muitas outras instituições, seja qual for a sua dimensão”.
Ainda no domingo, o Bispo do Porto, Dom António Francisco dos Santos, recordou as vítimas dos incêndios durante a Santa Missa que presidiu no Santuário de Fátima por ocasião da Peregrinação Nacional dos Missionários da Boa Nova.
“Este céu de azul e de sol que nesta manhã nos cobre e nos abraça e que ontem a luz das nossas velas tão numerosas neste Recinto iluminava na noite toldou-se de dor e de lágrimas, que um trágico acidente provocou, e a toalha branca do nosso altar recebia ontem, pela calada da noite, o alerta deste acontecimento que ainda não conhecíamos”, afirmou.
“Fazemos nossas as lágrimas de tantos que sofrem e colocamos no coração de Deus e agradecemos aqueles que juntam às lágrimas que choraram ontem e hoje e que chorarão ao longo da vida o suor da sua oblação, a coragem da sua entrega, a dedicação ao serviço dos outros: nos bombeiros, na proteção civil, nas autoridades locais, nos voluntários anônimos, nos vizinhos, tantas vezes atentos e desesperados, que velam e defendem os bens dos outros e a sua vida”, acrescentou.
O incêndio na região central de Portugal teve início no sábado em Pedrógão Grande, como consequência da queda de um raio. Nesta segunda-feira, apesar da leve queda de temperatura, o incêndio prosseguia na direção das regiões vizinhas de Castelo Branco e Coimbra, de acordo com as autoridades.
Até agora, este já é o incêndio que causou o maior número de vítimas mortais em Portugal. Muitas das vítimas foram atingidas nas estradas da região, rodeadas por uma abundante vegetação, onde muitos veículos ficaram presos.
Confira também:
Igreja em Portugal se solidariza e ajuda atingidos por incêndio https://t.co/cArCz4hmw0
— ACI Digital (@acidigital) 19 de junho de 2017