ROMA, 29 de jun de 2017 às 13:00
Em meio a bombardeios, 22 casais receberam o sacramento do Matrimônio em Basilán, uma ilha das Filipinas que estava em estado de alerta devido os contínuos ataques aéreos dos aviões do governo.
O tradicional casamento filipino foi celebrado em 17 de junho e faz parte da festa anual da cidade que terminou no dia 23 de junho em honra ao Sagrado Coração de Jesus.
“Alguns casais são jovens que vivem juntos há 2 ou 3 anos, convivem juntos ou se casaram no civil, enquanto outros viveram juntos durante mais de 20 anos e os seus filhos já são adultos”, disse o sacerdote franciscano Osok, que presidiu a cerimônia, segundo assinala CBCPNews.
Por sua parte, o Rev. Tigullo, que também participou da Missa como diácono, os felicitou porque “finalmente decidiram responder ao convite de Deus para tornar o seu casamento mais do que um simples contrato, e sim um santo Sacramento”.
O casamento é “um sinal tangível da presença e da graça amorosa de Deus”, acrescentou.
A cerimônia aconteceu sem incidentes, apesar do barulho de helicópteros que sobrevoavam a área e o barulho das bombas que caíam a quilômetros de distância.
Os bombardeios não conseguiram impedir o espírito festivo, pois a vigilância constante, a resistência e a fé inabalável, fizeram com que estes fiéis se adaptassem a viver o dia a dia em um constante estado de “alerta máximo” militar.
A celebração foi possível graças ao apoio de toda a comunidade paroquial, dos catequistas e até dos membros do conselho paroquial. Além disso, Mark Anthony Godoy, um artista local, decorou o templo e o pátio da cidade, que serviu como uma área de recepção, com tecidos coloridos e flores locais.
Vinte porções de bolo e quarenta copos de vinho, um leitão assado e outras iguarias nativas ambientaram o tradicional casamento filipino.
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Grave situação dos cristãos nas Filipinas
Calcula-se que mais de 80% dos 102 milhões de filipinos fazem parte da Igreja Católica, os quais sofreram pela violência dos grupos terroristas nos seus templos, inclusive o sequestro e a morte.
Em 23 de maio, o grupo terrorista Maute, que jurou lealdade ao Estado Islâmico, destruiu a Catedral de Nossa Senhora Auxiliadora, em Marawi, sul do país, e sequestraram o Pe. Teresito “Chito” Suganob e outros fiéis reunidos no templo.
Em resposta, o governo filipino deu ordens para lançar uma ofensiva contra os jihadistas do Estado Islâmico, entretanto, algumas organizações humanitárias temem que esta intervenção, tal como foi levantada, só sirva para avivar o fogo da violência.
Até agora, os confrontos entre o exército filipino e o Estado islâmico e as ações dos terroristas provocaram a morte de aproximadamente 200 pessoas, a maioria terroristas, mas também soldados filipinos e civis. Além disso, cerca de 200 mil pessoas fugiram das suas casas, o que causou um grave problema humanitário.
A Igreja está envolvida em ajudar esses refugiados com iniciativas desenvolvidas pelas dioceses, paróquias e associações eclesiais para buscar abrigo e lugares de acolhida.
Neste sentido, fizeram um apelo à nação para que os cidadãos abram suas casas aos refugiados.
Confira também:
Terroristas leais ao Estado Islâmico profanam Eucaristia e destroem capela nas Filipinas https://t.co/D08lORtma0
— ACI Digital (@acidigital) 23 de junho de 2017