O governo alemão aprovou o casamento homossexual na manhã de hoje, em uma votação em que a medida obteve a absoluta maioria.

O projeto de lei “casamento para todos” foi proposto pelo Partido Social-democrata (SPD) e teve o apoio de Os Verdes e da Esquerda. O partido União Cristã Democrata (CDU) de Angela Merkel votou contra o casamento homossexual, entretanto apoiou a adoção de crianças pelos casais do mesmo sexo, mas contra o casamento.

O presidente da Conferência Episcopal Alemã, o Arcebispo Berlim, Dom Heiner Koch, enviou um comunicado lamentando a aprovação da lei e que com ela o verdadeiro casamento ficou desprotegido.

“Lamento que o legislador tenha renunciado os conteúdos substanciais do conceito de casamento, para que seja adequado aos casais do mesmo sexo”, diz o texto.

Ao mesmo tempo, “lamento que uma percepção diferenciada de diferentes formas de associação acontece com a decisão de hoje para destacar a apreciação dos casais do mesmo sexo”.

“Uma valorização das pessoas do mesmo sexo que vivem juntas também pode ser expressa por uma estrutura institucional diferente. Não é necessário estar presente na abertura da instituição jurídica do casamento para os casais do mesmo sexo”.

O Arcebispo recorda que os pais da Constituição alemã “deram ao casamento um lugar tão proeminente na nossa Constituição porque queriam proteger as pessoas e fortalecer uma mãe e pai que querem dar à luz os seus filhos”. A partir de agora, com a aprovação da lei, fica “diluído o conceito tradicional de casamento”.

O Prelado criticou que o verdadeiro casamento, formado por um homem e uma mulher, tenha ficado desprotegido e, em vez de receber ajuda, seja afetado de maneira negativa.

Finalmente, sublinha que, “como Igreja, respeitamos os casais do mesmo sexo”, mas não compartilham a ação do governo.

Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram

Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:

Por outro lado, a chanceler alemã Angela Merkel recordou que nos últimos anos tinham eliminado “passo a passo” todas as discriminações aos casais homossexuais e faltava o direito de adotar crianças. Depois de refletir muito sobre o bem-estar das crianças, disse, chegou à conclusão de que “a adoção também deveria ser possível” para os casais homossexuais.

Entretanto, em sua opinião, quando o artigo 6 da Constituição alemã assinala que “o casamento e a família estão sob a proteção especial do Estado”, está falando sobre o casamento entre um homem e uma mulher.

Consciente das diferentes opiniões do seu partido, decidiu que os deputados do grupo parlamentar conservador votaram em consciência.

Em nome da União Cristã Democrata (CDU), o líder do grupo parlamentar, Volker Kauder, tornou-se porta-voz daqueles que defendem que “o casamento é a união entre um homem e uma mulher”, apesar de manifestar o seu respeito pelos seus companheiros que têm uma opinião diferente.

“Pessoalmente, nunca colocarei a minha assinatura em algo que represente o casamento para todos, por razões de consciência”, declarou Kauder, que expressou dúvidas sobre a constitucionalidade da lei ao entender que o conceito cristão do casamento está protegido pela lei fundamental alemã.

O casamento homossexual já é legal em 24 países e na Alemanha foi aprovado nos dias em que todo o mundo reivindica o Orgulho Gay.

Confira também: