Lima, 17 de jul de 2017 às 10:00
O teólogo espanhol José Antonio Fortea, autor do tratado de demonologia Summa Daemoniaca, abordou recentemente sobre a inquietude de fazer uma tatuagem permanente na pele, ou colocar um piercing, se é algo demoníaco.
“Há pessoas que se perguntam se as tatuagens ou os piercings são algo demoníaco. A resposta é ‘não’. Somente é demoníaco aquilo que tem uma relação direta com o demônio”, disse ao Grupo ACI.
Pe. Fortea explicou que “tanto tatuar o corpo, quanto colocar um piercing, não é uma ofensa a Deus. Não há nenhuma vontade de ofendê-lo”.
Inclusive nos casos em que a tinta para tatuar pode ter sido consagrada ao demônio, como fazem algumas pessoas, isto não afetaria necessariamente a pessoa que faz uma tatuagem sem sabê-lo. “Consagrar a tinta ao demônio significa simplesmente que essa pessoa invoca o demônio. Se invoca o demônio, podem acontecer coisas ruins – físicas ou espirituais –, mas não é infalível. Deus pode colocar a sua mão para impedir a ação do demônio”, assinalou.
Entretanto, pontuou, “é preciso recordar aos jovens que o corpo é uma obra de Deus. E que uma coisa é colocar algo em cima desse corpo e outra é praticar nele reformas irreparáveis”.
“Não há nada de errado em pintar algo no corpo, se isso vai desaparecer em alguns dias ou semanas. É o fato da irreversibilidade o que faz com que o senso comum se pergunte se é algo adequado”, explicou.
O sacerdote espanhol destacou que “não importa o quão artística ou bela possa parecer uma tatuagem, a pele com qualquer cor e tom dado por Deus aos seus filhos será sempre muito mais bonita”.
“É curioso que entre as pessoas muito cristãs – de todas as confissões – quase não façam tatuagens, pois a consciência avisa que isso não é adequado”.
Em seguida, Pe. Fortea acrescentou que, embora “seja verdade que alguns povos tinham o hábito de fazer tatuagens como uma forma de mostrar o seu grupo étnico ou religioso”, com o passar do tempo esses hábitos “foram abandonados”.
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“Porque a razão indica que o corpo, jovem ou velho, possui uma beleza maior ou menor em si mesmo. Enquanto a ação irreversível do ser humano costuma ser um adiantamento que não melhora a simples beleza do próprio corpo”.
“Se alguém me pergunta se minha opinião sobre tatuagens muda se forem rostos de Jesus, da Virgem Maria, crucifixos ou coisas semelhantes, a resposta é ‘não’. Em uma casa eu posso fazer as alterações que quiser, porque é um trabalho humano. A mesma coisa acontece com um vestido: nele eu posso fazer os ajustes que considere adequado. Mas o corpo humano é algo divino. Toda intervenção irreversível no corpo deve ser realmente conveniente e razoável”, acrescentou.
O sacerdote lamentou: “Vejo algumas pessoas que se tatuam figuras de uma vulgaridade impressionante. Vejo pessoas que pagam para desenhar no seu corpo coisas muito feias e com um desenho que não tem nenhuma beleza”.
Ainda assim, assinalou, “mesmo que uma tatuagem seja muito estética, devemos recordar que é como se escolhesse uma peça de roupa para mim com a obrigação de usar sempre essa roupa, até o último dia da minha vida”.
“A correta razão indica que não é uma boa decisão”, concluiu.
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— ACI Digital (@acidigital) 28 de abril de 2017