Roma, 17 de jul de 2017 às 14:00
O Papa Emérito Bento XVI ressaltou a fidelidade, amor à Igreja e trabalho pastoral do falecido Cardeal Joachim Meisner, Arcebispo Emérito de Colônia, Alemanha, através de uma mensagem enviada aos participantes do funeral na Catedral local no sábado, 15 de julho.
A Missa de funeral do Cardeal Meisner na Catedral de Colônia. Fotos Arquidiocese de Colônia
O Cardeal alemão era um dos que assinaram as “dubbia” sobre a exortação apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia – os outros três são os Cardeais Burke, Caffarra e Brandmüller –, enviadas ao Papa Francisco solicitando o esclarecimento de alguns pontos referentes à comunhão dos divorciados em nova união.
O Cardeal Meisner foi um colaborador próximo de São João Paulo II e também de Bento XVI. Faleceu no dia 4 de julho, aos 83 anos.
O falecido Purpurado foi o encarregado de organizar a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Colônia, em 2005, a primeira que o Sumo Pontífice Emérito presidiu.
“O que mais me impressionou nessas últimas conversas com o Cardeal defunto foi sua grande serenidade, sua alegria interior e a confiança que tinha encontrado”, afirma Bento XVI em sua mensagem.
“Sabemos que para ele, pastor apaixonado e pai espiritual, foi difícil deixar o ministério especialmente em um momento no qual a Igreja necessita de pastores convincentes que saibam resistir à ditadura do espírito do tempo e decididamente saibam viver com fé e determinação”, prossegue.
“Também me comove que aprendeu a se deixar ir no último período de sua vida, e soube vive-la com a certeza profunda de que o Senhor não abandona a sua Igreja, nem sequer quando a barca está a ponto de tombar”.
Do mesmo modo, o Pontífice Emérito narrou que, “quando eu soube na última quarta-feira, através de um telefonema, da notícia da morte do Cardeal Meisner, em um primeiro momento não acreditei”.
Após recordar que a última vez que falou com ele por telefone, compartilhou sua alegria por ter participado da beatificação de Dom Teofilus Matulionis, Bento XVI comentou que o Cardeal Meisner “tinha um grande amor pelas Igrejas da Europa Oriental, que sofreram a perseguição comunista e, com frequência, expressava as gratidão pelo testemunho de fé que deram durante várias décadas”.
Bento XVI também compartilhou como o Cardeal Meisner “se alegrava de ver que no sacramento da penitência, especialmente os jovens estão experimentando a graça do perdão”.
Recordou que o Purpurado alemão tinha predileção pela Adoração Eucarística e que, na JMJ de Colônia, fez desta o ponto central do multitudinário evento no qual participaram cerca de 1 milhão de jovens de todo o mundo.
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Nessa JMJ, continuou, houve “um silêncio no qual só o Senhor falava ao coração. Alguns especialistas pastorais e liturgistas consideraram que esse silêncio ao olhar para o Senhor não se pode alcançar com um número tão grande de pessoas”.
Bento XVO destacou que, “em sua última manhã, o Cardeal Meisner não apareceu na Missa” e que o encontraram morto em seu quarto.
“O Breviário tinha caído de suas mãos: estava rezando enquanto falecia, olhando para o Senhor e falando com Ele. O tipo de morte que lhe foi concedida mostra mais uma vez como viveu: junto ao Senhor e em diálogo com Ele. Devemos confiar, com certeza, sua alma à bondade de Deus”, finalizou.
A mensagem do Sumo Pontífice emérito foi lida pela Prefeita da Casa Pontifícia e seu secretário pessoal, o Arcebispo alemão Georg Gänswein.
O funeral do falecido Cardeal, afirma a vaticanista Angela Ambrogetti – diretora de ACI Stampa, agência em italiano do Grupo ACI – foi “um evento para a cidade que participou da longa procissão que levou os restos mortais até a Catedral, seguida de centenas de bispos e vários cardeais, como os Cardeais Müller e Marx. A celebração foi presidida pelo Cardeal Woelki”.
Joachim Meisner nasceu na Baviera, atual Polônia, em 25 de dezembro de 1933. Depois de se formar em Teologia, foi ordenado sacerdote em 22 de dezembro de 1962.
Foi designado Bispo Auxiliar de Erfurt Meiningen em 1 de março de 1975, recebendo a consagração episcopal em 17 de maio desse mesmo ano.
Foi nomeado Bispo de Berlim em 22 de abril de 1980 e Arcebispo de Colônia em 20 de dezembro de 1988. Foi criado Cardeal por São João Paulo II no Consistório de 2 de fevereiro de 1983.
O Purpurado participou dos conclaves de 2005 e 2013, que elegeram Bento XVI e Papa Francisco, respectivamente.
Serviu como Arcebispo de Colônia até fevereiro de 2014, quando tinha 80 anos de idade.
Confira também:
Morre Cardeal Meisner, um dos quatro que assinou a dubbia sobre Amoris Laetitia https://t.co/7hLm6FZ6oo
— ACI Digital (@acidigital) 5 de julho de 2017