Faltando poucos dias para a manifestação deste sábado, 18 de junho, pelas ruas de Madri a favor da família e contra as iniciativas do Governo que degradam o matrimônio e a infância, diversos setores civis, familiares, educativos, políticos e eclesiásticos expressam seu apoio à convocação do Foro Espanhol da Família (FEF) que espera reunir meio milhão de pessoas.

Sob a promoção e coordenação do Instituto de Política Familiar (IPF), mais de mil organizações internacionais de 25 países farão público seu apoio e adesão à manifestação conhecida como 18-J. Com este objetivo, nesta quinta-feira 16, os representantes destes organismos dos cinco continentes apresentarão suas colocações numa coletiva de imprensa em Madri.

Da mesma maneira, organizações educativas de pais, professores, alunos e centros expressaram seu apoio à iniciativa em defesa da família e do "direito dos pais de escolher a educação em liberdade".

Através de um comunicado, a Confederação Católica Nacional de Pais de Família e Pais de Alunos (CONCAPA), a Associação Profissional de Professores de Religião em Centros estatais (APPRECE), a Confederação Espanhola de Centros de Ensino (CECE) e a Confederação de Mães e Pais de Alunos (COFAPA), entre outras, assinalaram que com este apoio querem "pedir ao Governo que escute todos os setores sociais –e não exclusivamente as minorias–, fazendo uma aposta decidida e firme pela família e pela liberdade de ensino".

Do mesmo modo, tanto o Movimento Cultural Cristão (MCC) e o Partido Solidariedade e Autogestão Internacionalista (SAIn) mostraram sua adesão à manifestação contra o projeto legislativo que daria status de matrimônio às uniões homossexuais. Por isso, convidaram "todas as pessoas de boa vontade a unir-se à marcha".

O povo não quer "discussões"

Na semana passada a Conferência Episcopal Espanhola (CEE) já expressou seu apoio oficial à manifestação que percorrerá as ruas madrilenas sob o lema "A família SIM se importa", e vários bispos expressaram a título particular seu apoio à iniciativa.

Em Andaluzia, a Arquidiocese de Granada deu a conhecer que seu Arcebispo, Dom. Francisco Javier Martínez Fernández assistirá à marcha deste sábado "acompanhando os muitos fiéis cristãos e os outros Bispos que vão assistir à mesma".

Em declarações que difunde o Arcebispado, Dom. Martínez Fernández reiterou seu "juízo decididamente negativo sobre este iníquo e zombador projeto de lei, que discrimina os matrimônios verdadeiros, destrói um bem social sagrado e ofende a inteligência".

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Para facilitar a participação de quem quiser tomar parte na manifestação, a arquidiocese anunciou que porá a disposição dos fiéis 22 ônibus.

Por sua vez, o Bispo de Plasencia, Dom. Amadeo Rodríguez Magro, manifestou seu apoio à marcha. Em uma nota de imprensa, o bispado recordou o julgamento "claramente negativo" da Igreja sobre a legislação de uniões homossexuais e que suporia "a corrupção do matrimônio".

Igualmente, o Bispo de Huesca, Dom. Jesus Sanz, fez pública uma carta pastoral em que afirma que a manifestação do próximo sábado é "o último clamor de um povo que não quer discussões sobre o que é essencial e determinante na vida das pessoas e da sociedade".

Depois de destacar que a manifestação "é um sinal de maturidade democrática", o Prelado acrescentou em relação às uniões homossexuais que "o introduzir uma variante em que Deus e a vida tão majoritária e imensamente reclamam é supor uma demanda reacionária que fere os fundamentos da sociedade e enganar a verdade das pessoas".

Esquerda: Igreja é beligerante

A onde de adesões ao 18-J não foi bem recebida por diversos setores políticos socialistas e de esquerda. Às "rasteiras" políticas e administrativas que os organizadores da manifestação denunciaram por parte do Governo socialista em Madri, somaram-se as acusações de representantes de partidos de esquerda.

Assim, o porta-voz de Esquerda Republicana de Catalunha (ERC) no Congresso, Joan Tardá, considerou que o apoio da CEE ao 18-J revela uma "flagrante beligerância" da Igreja contra o poder político e pediu "mais cuidado" e "mais humildade".

Em declarações à imprensa, Tardá disse que "a Igreja Católica deveria ir com cuidado nestes temas porque então terei que lhes recordar os casos de pederastia de Boston, que deixaram marcas na Igreja norte-americana. Deveria ser mais humilde", concluiu.