Um jovem cristãos de 16 anos foi preso pela polícia no Paquistão e acusado por um grupo fundamentalista de blasfêmia contra o profeta Maomé e o Islã, o que poderia supor uma sentença de morte.

Segundo informou ‘British Pakistani Christian Association’, o jovem de nome Shahzad Masih permanece isolado em prisão sem que sua família possa visita-lo. De fato, os familiares se viram obrigados a escapar de seu lar diante do perigo de sofrer um linchamento depois que o líder de uma mesquita local pediu a morte de Shahzad e sua família.

No último dia 13 de julho, Shahzad, que trabalhava como faxineiro em um hospital de Dinga City, na província de Pujab, se viu envolvido em uma discussão religiosa com um muçulmano chamado Ishtiaq Qadri, conhecido membro do movimento islamista Tehreek e Tuhafaz.

Após a discussão, Qadri acusou o jovem de Blasfêmia, mas a intervenção de um médico do hospital evitou sua acusação formal e detenção.

Entretanto, os membros do grupo islamita não se renderem e, após prender Shahzad no interior de uma madraça, escola islâmica, e tortura-lo, conseguiram que “confessasse” ter blasfemado.

Posteriormente, também conseguiram que a polícia de Dinga City o detivesse e que o processo de acusação de blasfêmia tivesse início.

Depois da detenção do rapaz, grupos fundamentalistas islâmicos começaram uma campanha nas redes sociais e meios de comunicação para exigir a morte do jovem cristão. Um dos líderes do grupo Tehreek e Tuhafaz, o imã Gazi Saqib Shakeel, pediu “o pior castigo possível para que no futuro ninguém se atreva a cometer blasfêmia”.

Lei contra os cristãos

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No Paquistão, a blasfêmia contra o islã é considerada um delito penalizado com a morte. O Código Penal inclui uma série de normas, conhecidas geralmente como “Lei de blasfêmia” que, inspirada na lei islâmica, a Shariah, condena toda ofensa ou crítica contra o islã e seus preceitos.

Entretanto, esta norma foi utilizada por muçulmanos radicais como instrumento para acusar falsamente membros da minoria cristã, submetê-los aos interesses islâmicos e forçar a conversões ao islã.

A blasfêmia pode ser denunciada por qualquer muçulmano, sem necessidade de testemunhos ou provas. Os castigos podem ir desde a condenação à prisão até a morte.

Talvez a vítima mais emblemática desta lei seja Asia Bibi, cristã condenada à morte em 2010 por, supostamente, ter blasfemado contra Maomé. Seu caso está pendente da resolução do recurso que apresentou diante da Suprema Corte, a qual deverá decidir se finalmente a sentença será executada.

Outro caso recente é o de Babu Shahbaz, cristão de 41 anos preso em dezembro do ano passado com sua família e acusado de ter destruído um Corão.

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