Roma, 24 de jul de 2017 às 18:00
Depois de quatro anos de trabalhos de restauração após ser destruída por terroristas, os cristãos na cidade síria de Maalula puderam celebrar Missa na igreja greco-ortodoxa de Santo Elias.
A liturgia acontece no dia 20 de julho e foi presidida pelo Bispo greco-ortodoxo de Selêucia e Vigário do Patriarcado de Damasco, Dom Efraim Malouli, no dia da festa ortodoxa do profeta Elias.
Segundo informou a organização de ajuda francesa SOS Chrétiens d'Orient, participaram da Missa cerca de 200 pessoas, entre elas o prefeito de Maalula.
O diretor de SOS Chrétiens d'Orient, Benjamin Blanchard, que também esteve presente, disse ao Grupo ACI que a Missa “foi oferecida por todos os mártires cristãos que morreram durante os combates entre os terroristas e o exército sírio”.
Como um gesto de agradecimento por ter ajudado na reconstrução da igreja, Dom Malouli e o pároco do templo, Pe. Elias, presentearam a organização com um quadro de bronze que representa Santo Elias subindo ao céu em uma carruagem puxada por cavalos.
Depois da Missa, os voluntários de SOS Chrétiens d´Orient e Dom Malouli se dirigiram ao mosteiro de Santa Tecla, que foi queimado e utilizado como quartel pelos terroristas e atualmente se encontra em restauração.
Neste local, o Bispo greco-ortodoxo de Selêucia mostrou os novos ícones que vão decorar a igreja que está no interior do mosteiro. Estas imagens são muito estimadas pelos ortodoxos, pois dentro das igrejas costumavam ficar localizadas no altar.
Maalula está localizada a 55 quilômetros de Damasco, rodeada por montanhas e suas igrejas e mosteiros cristãos datam do século I. Seus habitantes ainda falam aramaico, o idioma de Cristo.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
Blanchard indicou que Maalula ficou cerca de 60% destruída pelos combates entre o exército sírio e a Frente Al-Nusra.
Antes que os jihadistas tomassem a cidade em fevereiro de 2013, viviam nela cerca de cinco mil pessoas.
Entre os meses de setembro e dezembro de 2013, Maalula foi o cenário de várias batalhas pelo controle da cidade que forçaram os cristãos a abandonar o lugar.
No final desse mesmo ano, os jihadistas recuperaram a cidade e sequestraram cerca de 12 religiosas ortodoxas que, após vários meses, foram libertadas no Líbano.
Em abril de 2014, o exército sírio e a milícia xiita libanesa Hezbola expulsaram os terroristas da Frente Al-Nusra. Desde então, os cristãos foram regressando aos poucos para a cidade.
Após explicar que SOS Chrétiens d´Orient serve em Maalula desde 2014 e que já restauraram outra igreja, Blanchard disse ao Grupo ACI que o futuro dos cristãos agora “é bom, agora sua cidade está assegurada. o único problema é a falta de empregos, porque antes da guerra muitas famílias trabalhavam em Damasco, mas regressavam. Agora, não podem fazer isso, porque existe o perigo de que os terroristas os ataquem na estrada”.
Um dos sinais de esperança para os cristãos foi a instalação de uma imagem de três metros da Virgem Maria em uma das montanhas que rodeias a cidade.
Confira também:
Após 6 anos cidade da Síria volta a celebrar a Eucaristia https://t.co/WovUOxGDFM
— ACI Digital (@acidigital) 29 de maio de 2017