Roma, 28 de jul de 2017 às 06:00
A seção italiana da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) lançou uma campanha de coleta de fundos para reconstruir uma catedral do Egito destruída há um ano por um incêndio cuja causa ainda é desconhecida.
Em declarações a ACN, o Bispo copto-católico de Luxo-Tebe, Dom Emmanuel Bishay, indicou que o incêndio da Catedral de São Jorge, ocorrido em 21 de abril de 2016, “é uma ferida aberta no coração da diocese”. Acrescentou que o fogo consumiu o templo até o ponto que não ficou nada que possa ser recuperado.
Por isso, irão demolir as ruínas e se dará início à construção da nova catedral. Sobre isso, ACN indicou que este projeto foi aprovado pelas autoridades locais.
Dom Bishay manifestou que “todos os dias meus fiéis me perguntam quando voltarão a ter sua catedral”. Explicou que este tempo era muito importante para a diocese, porque era onde se realizavam os eventos principais, como os encontros com as famílias e os jovens, havia formação de catequistas e era celebradas Missas.
“Esta era a única igreja com a capacidade para acolher cerca de 4.500 fiéis. Agora, somos obrigados a celebrar a Eucaristia em uma sala próxima, mas esta só tem um terço da capacidade que tinha São Jorge. Nas Missas de Natal e Semana Santa, muitos não vieram porque não sabiam se caberia”, comentou o Prelado.
A ACN precisou que o incêndio da catedral não é o único sofrimento dos cristãos de Luxor.
Em agosto de 2013, um grupo de partidários do governo de Mohamed Mursi – que era apoiado pelos Irmãos Muçulmanos – foi até a porta da sede do episcopado, enquanto gritavam “morte aos cristãos!”.
O então Bispo de Luxor, Dom Youhannes Zakaria, disse que nesse dia a polícia chegou a tempo para protegê-lo, mas indicou que os ataques dos muçulmanos fizeram com que fechassem negócios e que os cristãos permaneceriam fechados em suas casas sem comida durante várias semanas.
Também recordou que os extremistas queimaram as casas de vários cristãos e que, por razões de segurança, tiveram que cancelar várias celebrações litúrgicas.
Naquele ano, os Irmãos Muçulmanos empreenderam uma campanha de violência contra os cristãos no Egito, que deixou mais de mil mortos e cerca de 4 mil feridos.
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A ACN assinalou que após a morte de Dom Zakaria, que ocorreu em dezembro de 2015, mais de 20 mil fiéis não puderam participar da cerimônia de ordenação de Dom Bishay como novo Bispo de Luxor em junho de 2016, porque a catedral de São Jorge estava destruída.
Embora os Irmãos Muçulmanos tenham deixado o poder em setembro de 2013, os cristãos, que segundo a ACN representam 4,95% dos 84 milhões de egípcios, não deixaram de ser vítimas dos ataques dos extremistas.
A ACN recordou que em janeiro de 2015, o grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS) sequestrou 21 cristãos coptos e os decapitou em uma praia. Em seguida, em dezembro de 2016, os jihadistas perpetraram um atentado contra a Catedral copta-ortodoxa de São Paulo no Cairo, que deixou 25 mortos.
Além disso, em abril deste ano, durante a celebração do Domingo de Ramos, o ISIS realizou dois atentados contra duas igrejas coptas. Um foi na igreja de São Jorge, localizada no Cairo, e outro na igreja de Morkoseya, em Alexandria. As explosões em ambos os lugares deixaram 40 mortos e centenas de feridos.
Um mês depois, os jihadistas atacaram na província egípcia de Menia uma caravana de carros que transportava um grupo de cristãos em uma peregrinação ao mosteiro de São Samuel. Neste massacre, 23 pessoas morreram, entre as quais várias crianças.
Caso deseje colaborar com a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre para a reconstrução da Catedral de São Jorge, acesse aqui.
Confira também:
Egito é nossa terra e os cristãos não vamos deixá-la, afirma Bispo https://t.co/aSwKRYotgF
— ACI Digital (@acidigital) 31 de maio de 2017