No próximo dia 22 de agosto, a sacerdote mais idoso de Brasília (DF) completa cem anos; é o Padre Armando Brédice, um italiano que veio ser missionário no Brasil, dedicado sua à comunidade e que conheceu São Pio de Pietrelcina, o qual tem até hoje como um amigo próximo.

Pertencente à Congregação dos Servos da Caridade, Pe. Armando Brédice é Vigário da Paróquia de Santa Teresinha, no Cruzeiro Novo, da qual se orgulha de ser um dos fundadores.

De família católica, nasceu em 22 de agosto de 1917 em San Marco La Catola, na Itália, onde conheceu o então Frade Pio.

Em um vídeo produzido em 2013 para a Comunidade Vida Nova, em comemoração ao 13º aniversário da casa de missão Pe. Pio, o sacerdote recordou a primeira vez que viu o santo, em sua comunidade, onde todos comentavam sobre o “Frade Pio”, que estava estudando Teologia na região.

Ainda criança e também querendo conhecer o tal frade de quem todos falavam, Pe. Armando decidiu se infiltrar na clausura e esperar que o Frei Pio passasse. Mas, devido à demora, resolveu abrir a porta e o viu. “Ele estava na sua situação característica, com os braços no banco e a cabeça inclinada, rezando. Eu pensei: ‘Deve ser ele’”.

Padre Armando lembra, então, que saiu do local e aguardou do lado de fora, até que a porta se abriu, Padre Pio saiu e o viu. “Eu me acovardei e ele me disse: ‘Rapaz, o que você quer aqui sozinho?’. Eu disse: ‘Oi, o senhor é Frade Pio?’. Ele disse: ‘Sim’. ‘Eu queria conhecer o senhor’. Ele me olhou com um sorriso... e me disse: ‘Me viu?’. ‘Sim’. ‘Até logo’. E sorrindo, foi embora e desapareceu no corredor do convento”.

“Foi o meu primeiro encontro com Padre Pio que ficou no meu coração até hoje", expressou.

São Pio virou confessor de Armando Brédice e uma das confissões se tornou especial na memória do sacerdote. “Uma vez, lembro, me deu a penitência de assistir a sua Missa, como penitência de confissão. Ótimo, digo, que se tem que vir a Missa, vou ajudar na Missa. Eu vou ser coroinha dele”.

“Quando me deu a penitência de assistir a sua Missa, a Missa durou duas horas e quarenta e cinco minutos. Eu, naturalmente, olhei o relógio, digo: ‘Não pode ser, esse relógio está parado’. Olhei, não era o relógio que estava parado, era o Pe. Pio que rezava a Missa e quando ele chegava ao ofertório, parava por um longo tempo. Quando, depois, chegava à consagração, podia ir, tomar banho e voltar que o encontrava lá. Quando levantava a hóstia, parecia que perdia a noção de tempo”, recordou.

A relação entre ambos se manteve mesmo quando Armando Brédice, já sacerdote, foi enviado ao Brasil. “Ele ficou entusiasmado. E me perguntava sempre: ‘os brasileiros são bons?’. Ele me disse: ‘Vai para o Brasil, confessa sempre, sacrifica-se, reza a Missa, absolve e diz para os brasileiros que eu também rezo sempre pelo Brasil e pelos lugares onde estão aqueles que conheci, como você’”.

Todas as vezes que retornava para a Itália, Padre Armando visitava Padre Pio e cultivou com ele uma amizade espiritual. “Sei que, digamos que, aparentemente, nós estivemos longe, espiritualmente fomos sempre perto um do outro”.

“A lembrança de Padre Pio na minha vida foi sempre um apoio para poder caminhar na graça de Deus, contando com a sua proteção, contando com a sua oração”, disse no vídeo.

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Missão no Brasil

Padre Armando Brédice foi ordenado sacerdote da Congregação dos Servos da Caridade aos 36 anos. Quando questionado por seus superiores onde queria realizar missão, respondeu África, porém a ordem não estava presente neste continente. Então, foi enviado ao Brasil, onde vive desde 1954.

“Viver aqui por todos estes anos só me faz sentir amor no coração por tudo que fiz. Tudo passa, fora o amor”, declarou o sacerdote em uma entrevista ao jornal ‘Correio Braziliense’.

“Estarei neste trabalho até quando Deus quiser, porque dei a minha vida a Cristo e, até meu último momento e respiração, me dedicarei a Ele”, acrescentou.

Em suas lembranças, Pe. Armando traz também muito presente a importância de sua família. Ao ‘Correio Braziliense’ lembrou que, após ordenado, a primeira comunhão que deu foi para sua mãe. Além disso, emocionado, mostrou o cálice que ganhou de sua mãe para a sua primeira Missa, o qual usa até hoje.

A comunidade, por sua vez, é grata ao sacerdote por tantos trabalhos realizados durante esses anos, como uma escola para crianças, a presença das Irmãs Missionárias Paroquiais de Santa Teresinha e da Sagrada Face, os trabalhos pelas famílias.

“Ele sempre foi muito dinâmico e ativo. Graças a isso, fez todas as obras pela comunidade”, testemunhou a professora Romilda Dutra ao jornal.

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Para celebrar os 100 anos de Pe. Armando Brédice, o sacerdote celebrará uma Missa no dia 22 de agosto, na Paróquia Santa Teresinha, em Brasília, às 19h, com a presença de bispos, seus coirmãos no sacerdócio e amigos.

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