Em uma entrevista publicada ontem, o Secretário de Estado Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, pediu “dar respostas viáveis” à crise na Venezuela, dando prioridade às necessidades da população.

Em declarações ao jornal italiano Avvenire, o Purpurado mencionou o caso da Venezuela, cuja crise política e social aumentou com a eleição da Assembleia Constituinte, projeto do Governo que foi rechaçado pela Conferência Episcopal Venezuelana e pela maioria da população.

Na cidade italiana de Assis, o Cardeal também negou que a diplomacia vaticana falhou na sua tentativa de facilitar as negociações entre o regime do presidente Nicolás Maduro e a opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD).

“Não. Não há nenhum fracasso. A diplomacia da Santa Sé é uma diplomacia de paz. Não tem interesses de poder nem político, nem econômico, nem ideológico. O Papa recordou que, quando estamos diante de uma situação de crise, você precisa considerar como a Santa Sé sempre funciona: é uma diplomacia proativa e não apenas reativa, por isso sempre trazer a nossa contribuição”, indicou. “Portanto, não falaria de fracasso”, afirmou.

O Purpurado disse que “no caso da Venezuela podem existir opiniões diferentes, mas o importante é tentar dar respostas praticáveis com base na situação, sobretudo levando em consideração as condições reais da população e do bem comum que deve vir antes de tudo”.

No final de outubro e de novembro de 2016, a Santa Sé, através de Dom Claudio Maria Celli, participou como facilitador na mesa de diálogo promovida pela União de Nações Sul-Americanas (UNASUL).

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Entretanto, chegaram a um ponto morto e no dia 1º de dezembro o Cardeal Parolin enviou uma carta assinalando que era necessário que cumprissem com o acordo do dia 31 de outubro para que o diálogo continuasse.

No acordo, o governo se comprometia a implantar medidas para aliviar a grave escassez de alimentos e medicamentos, respeitar a independência da Assembleia Nacional e libertar os presos políticos; além disso, oficialistas e opositores deviam entrar em acordo sobre “o calendário eleitoral que permita aos venezuelanos decidirem o seu futuro sem demora”.

Mas, desde então não houve um novo encontro e a crise aumentou com as eleições da Constituinte promovida por Maduro.

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