Desde a sua inauguração, no mês de junho, o refeitório comunitário da Igreja na Colômbia recebe diariamente milhares de venezuelanos que cruzam a fronteira devido à escassez de alimentos e da crise social, econômica e política que a Venezuela sofre.

Segundo informou AFP no dia 2 de agosto, a “Casa de Paso Divina Providencia”, pertencente à Paróquia de São Pedro Apóstolo, na Diocese de Cúcuta (Colômbia), recebe entre 1.000 e 1.200 pessoas, incluindo mulheres grávidas e crianças.

“Há uma grande necessidade dos irmãos venezuelanos de alimentos e medicamentos. Há tanta fome e necessidade que eles dizem que preferem viajar”, indicou em uma entrevista Pe. José David Caña Pérez.

Nesse sentido, o sacerdote contou que no começo cozinhavam somente uma panela de arroz, mas ao ver o grande aumento do número de pessoas em busca de alimento, a Diocese decidiu alugar um local e inaugurar em 5 de junho um refeitório onde hoje oferecem café da manhã e almoço.

Além disso, Pe. Caña assinalou que muitos venezuelanos sentem a necessidade de percorrer cerca de 4 horas de caminho até Cúcuta apenas para receber uma refeição; enquanto outros têm a esperança de ter um trabalho, embora seja a segunda cidade da Colômbia com a maior taxa de desemprego.

“Senti a necessidade e o desespero de sair de casa e buscar um futuro melhor”, disse à AFP Mariela Sánchez, uma mulher de 33 anos que almoça diariamente no refeitório junto com seus quatro filhos.

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Outro testemunho é o de Jacqueline Siguera e seus três filhos que vendem bebidas para sobreviver. A mulher, com voz entrecortada, afirmou que dormem “às vezes sem comer”.

No mês de junho, o Bispo de Cúcuta, Dom Victor Manuel Ochoa Cadavid, enviou uma palavra de afeto “a todos os que ajudam os irmãos da Venezuela que vêm buscar o pão necessário em Cúcuta”.

“Devemos querer, amar estes irmãos necessitados; eles são Cristo que sofre, que é provado neste momento da vida e da história”, sublinhou.

Segundo as autoridades, na Colômbia há entre 300 mil e 350 mil venezuelanos, muitos deles de forma irregular. Além disso, calcula-se que aproximadamente 25 mil venezuelanos entram diariamente no país e o mesmo número sai do país, em um translado circular para comprar comida e para ganhar dinheiro em trabalhos informais, indicou AFP.

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