NATAL, 7 de ago de 2017 às 13:00
O Bispo da Diocese de Caicó (RN), Dom Antônio Carlos Cruz Santos, publicou uma nota de esclarecimento, na qual comenta declarações suas repercutidas na internet, nas que ele afirma que a homossexualidade “é um dom de Deus”.
No dia 30 de julho, durante Missa de encerramento da festa de Sant’Ana, padroeira da Diocese de Caicó, Dom Antônio Cruz comentou sobre uma entrevista que tinha ouvido sobre uma dissertação de mestrado que abordava a questão do suicídio e travestis e transexuais.
Ao falar sobre a homossexualidade, o Bispo declarou que “na perspectiva da fé”, “a gente não pode dizer que é opção”.
“Opção é alguma coisa que livremente você escolhe e orientação ninguém escolhe. Um dia a pessoa se descobre com esta ou aquela orientação. Escolha será a maneira como você vai viver a sua orientação. Se de uma forma digna, ética, ou, de uma forma promíscua. Mas promiscuidade pode-se viver em qualquer uma das orientações que se tem”.
“Então – continuou o Prelado –, já que não é escolha, já que não é opção, já que a organização mundial da saúde, desde a década de 90 não considera mais como doença, na perspectiva da fé, nós só temos uma resposta. Se não é escolha, se não é doença, na perspectiva da fé, só pode ser um dom. É dado por Deus. Dom é isso: é dado por Deus”.
Segundo o Prelado, em nota de esclarecimento, ele abordou o tema “dos irmãos e irmãs com orientação homoafetiva, procurando enxergá-los de uma forma evangélica”. “Por isso me dirigi aos que sofrem por causa desta condição”, indicou na missiva publicada no site da Diocese no domingo, 6 de agosto.
Diante da repercussão das declarações, Dom Antônio pontuou na sua nota de esclarecimento ter “total convicção que não agi de má fé nem quis induzir ninguém ao erro”.
De acordo com ele, sua “preocupação ao abordar tema tão delicado, é de caráter eminentemente pastoral e busca acolher, no contexto de nossa Igreja Particular, as orientações da Igreja sobre esta questão, desenvolvidas e aprofundadas nos decênios”.
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O Prelado citou ainda o Catecismo da Igreja Católica, que em seu numeral 2358 afirma que: “Um número considerável de homens e mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas. Esta propensão, objetivamente desordenada, constitui, para a maior parte deles, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar na sua vida a vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar devido à sua condição”.
Além disso, precisou que, com a sua reflexão, “em clima de oração, enquanto pastor que se comove diante das fragilidades do seu rebanho, sem querer minimizar as dimensões doutrinal e moral que a matéria em questão envolve, minha intenção é de salvar vidas, contribuindo para que possamos superar os preconceitos que matam e entrar na dinâmica da misericórdia de Deus que respeita, resgata e salva as pessoas”.
“Humildemente confesso que este é o sentimento de um pastor que busca assimilar, no exercício concreto do seu ministério, a mesma compaixão do Bom Pastor, que busca ‘ter o cheiro das ovelhas’ e que, como Pai, preocupa-se pela salvação e pela dignidade da vida dos seus filhos”, acrescentou.
Por fim, afirmou que ama a Igreja, professa e aceita toda a sua doutrina e, em razão da “prometida fidelidade ao Sucessor de Pedro, o Papa Francisco”, procura “colocar em prática os ensinamentos do seu magistério e suas orientações pastorais sobre o tema em questão”.
Confira a nota de esclarecimento completa no site da Diocese de Caicó.
Confira também:
É possível ser homossexual e viver o ensinamento da Igreja Católica? https://t.co/DhsTdZYNDw
— ACI Digital (@acidigital) 20 de julho de 2017