MONTEVIDÉU, 8 de ago de 2017 às 20:00
O Congresso Vocacional Nacional do Uruguai, realizado nos dias 4 e 5 de agosto, foi o espaço no qual dois sacerdotes com experiência no tema concordaram que a atual “crise não é de vocações, mas da nova evangelização”, e para resolvê-la, entre outras coisas, é necessário praticar três ações propostas pelo Papa Francisco.
Centenas de religiosos, seminaristas, formadores e promotores vocacionais compartilharam experiências e escutaram Pe. César Braga, Secretário Executivo do Departamento de Vocações do Conselho Episcopal Latino-americano (DEVYM CELAM), e Pe. Carlos Silva, responsável pela Pastoral Vocacional da Diocese de Salto.
Pe. Braga manifestou que a maior dificuldade não está nos “chamados”, mas nos “chamadores”, pois a “crise não é de vocações, mas da nova evangelização”. Isso faz necessário “mudar as estruturas e estilos que já não estão de acordo com os tempos da nova evangelização”.
É preciso procurar “nos sentinelas do futuro (os jovens) processos que os ajudem a crescer em sua dimensão humana e espiritual” e, para isso, “é indispensável o uso das redes sociais, habitadas pelos jovens”.
Também é importante realizar um trabalho com eficácia, em comunhão, rezar pelas vocações e que a pastoral vocacional esteja presente em todas as demais pastorais, indicou.
Pe. Braga desafiou os participantes “a sair às periferias baseados nos três verbos que o Papa Francisco usou em seu discurso aos participantes do Congresso Vocacional em Roma, em outubro do ano passado: sair, ver, chamar”.
“Para sair às periferias é necessária a disponibilidade, para acolher o chamado do Espírito. E, por outro lado, saber descentralizar-se, ou seja, que Jesus seja realmente o centro de nossa vida e de nossas comunidades, para poder segui-lo onde queira nos levar”, disse.
Para uma adequada pastoral vocacional, as paróquias e institutos de vida consagrada devem se fazer visíveis “por meio do testemunho que deve mostrar bons frutos”, já que, “se não há anúncio, não podemos ter nascimento de novas vocações”.
A falta de anúncio e de amor são, segundo Pe. Braga, os principais obstáculos para atrair vocações.
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Por último, valorizou o Congresso Nacional Vocacional como “um tempo de graça e um marco na história da Igreja no Uruguai”, pois há cerca de 20 anos não se organizava algo desse tipo.
Por sua vez, Pe. Silva ressaltou que “é o Pai que elege, o Filho que chama ao discipulado missionário e o Espírito que dá a força e sustenta a resposta”.
Esse chamado de Deus é “um dom e uma graça, que envolve todas as dimensões do sujeito e sua própria história”. Neste papel, os responsáveis “não pescamos vocações”, mas “somos responsáveis de que se despertem”.
Isso “exige uma pedagogia particular apoiada em um tripé: oração, proximidade e chamado”, no qual o acompanhante “deve executar três ações: escutar, escutar e escutar”, porque “quem se arrisca a acompanhar deve saber que o outro é toda a Igreja e que merece todo seu tempo”.
Também participaram do congresso organizado pelo Departamento de Vocações e Ministérios da Conferência Episcopal do Uruguai (DEVYM CEU) o Bispo Auxiliar de Montevidéu, Dom Milton Tróccoli, o presidente da CEU e Bispo de Mercedes, Dom Carlos Collazzi, e o Arcebispo de Montevidéu, Cardeal Daniel Sturla.
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— ACI Digital (@acidigital) 8 de agosto de 2017