O teólogo espanhol José Antonio Fortea garantiu que o final da “tirania” de Nicolás Maduro na Venezuela “depende do Senhor” e assinalou que este poderia ser “tão surpreendente, impressionante e próximo”.

Em um post recente intitulado ‘Venezuela: Meus olhos viram a glória da vinda do Senhor’, o Pe. Fortea indicou que nunca imaginou que o regime de Maduro “pudesse resistir tanto” e confessou que “pela primeira vez, senti a mordida da desesperança”.

Em 6 de agosto, como foi divulgado nas redes sociais, um pequeno grupo de militares e civis do estado de Carabobo se declarou em rebelião contra o governo de Maduro, procurando “restaurar a ordem constitucional” no país. Durante a chamada “Operação David Carabobo”, o grupo tentou invadir o Fuerte Paramacay a procura de armas, mas foi rapidamente neutralizado pelo Exército Nacional Bolivariano.

O governo classificou o incidente de “ataque de grupos terroristas mercenários”.

Em meio a controvérsias, denúncia de fraude e rejeição da comunidade internacional e do Vaticano, o regime de Maduro instalou no dia 4 de agosto a Assembleia Constituinte, o que aumentou a crise social e política no país.

Desde o início dos protestos contra o governo de Maduro, em abril deste ano, cerca de 120 pessoas já morreram nas ruas.

Pe. Fortea incentivou os venezuelanos a recordar casos como o da “Cortina de Ferro”, que teoricamente dividia o bloco ocidental do soviético durante a Guerra Fria. “Não mostrava nenhuma fenda, continuava ferroso como sempre. Quando começou a ser derrubado, caiu como um castelo de cartas”.

“O impressionante muro de ferro passou a ser como a cortina vulgar de uma obra de teatro. Quando as estruturas começaram a ranger, tudo caiu rapidamente no chão. Não conseguíamos acreditar”, recordou.

Outro exemplo, disse, é o da queda do III Reich, o regime nazista de Adolf Hitler. “Lembrem-se também do dia da vitória, dia em que o III Reich assinou a sua rendição incondicional. Os dias da luta foram negros. Foram horríveis os dias da repressão, da tortura, da prisão sem esperança”.

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“Aqueles prisioneiros vislumbraram as danças, os sorrisos alegres, as ruas cheias de felicidade alguns anos depois?”, perguntou.

“Maduro coloca a polícia nas ruas para conter o povo. Em 8 de maio de 1945, a polícia de Londres também teve que formar correntes de agentes para segurar as pessoas. Mas eles continham o Povo que comemorava feliz a vitória enquanto se dirigia à Abadia de Westminster para um serviço de ação de graças”, disse.

Pe. Fortea destacou que “é muito diferente conter o povo com tiros como Maduro, do que conter os londrinos que aplaudiam, comemoravam e choraram de alegria: o dia havia chegado! O dia pelo qual tantos tinham rezado. O dia que parecia nunca chegar”.

“A derrota foi completa. A ignomínia e a desonra também foram completas”, sublinhou.

O sacerdote espanhol reiterou que antes da sua queda “não viam nenhuma fenda nesse Leviatã que é um grande regime. Mas, logo, esse colosso do Mal levantará a cabeça como ferido por um raio divino nas costas e cairá no chão de uma maneira épica que fará o chão tremer”.

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