BOGOTÁ, 25 de jun de 2004 às 17:05
O Arcebispo de Bogotá e Presidente da Conferência Episcopal Colombiana (CEC), Cardeal Pedro Rubiano, denunciou a onda de seqüestros no país como “o maior crime que se comete na Colômbia” e reafirmou que “todo o mundo tem que ser respeitado em sua liberdade e em sua dignidade”.
O Purpurado expressou sua recusa à troca de civis em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) por guerrilheiros em prisão, bem como o pagamento de resgates para buscar a libertação de seqüestrados. “Não pode haver uma troca entre civis e insurgentes, os civis não podem ser objeto de retenção ou seqüestro, uma troca é normal entre combatentes”, afirmou o Cardeal.
“Toda pessoa é de valor inestimável, todo o mundo tem que ser respeitado em sua liberdade e em sua dignidade, e o seqüestro para mim é o maior crime que se comete na Colômbia. Desde então também os assassinatos, o terrorismo, mas esse crime clama ao céu, porque é pisotear a dignidade da pessoa, que é imagem de Deus”, acrescentou o Purpurado.
O Arcebispo acrescentou também que “o país tem muito claro, o assume, a recusa a colocar valor, um preço econômico a uma pessoa como se fosse um animal em uma feira: por este paga-se tanto e por este que vale menos paga-se menos”.
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“Por isso –continuou– nós, os bispos, temos muito claro que se um bispo for seqüestrado jamais devemos dar um centavo, porque seria mancar nos princípios frente à dignidade e à liberdade da pessoa”.
O Cardeal lembrou que “os membros da Igreja seqüestrados, ou mortos ou foram resgatados, como Dom Jorge Jiméne, nunca houve nem haverá troca nem pagamento de resgate”.
Entretanto, o Purpurado reafirmou que a Igreja continuará, com uma atitude neutra, apoiando os esforços por buscar uma aproximação entre o Governo e os grupos armados irregulares, a fim de encontrar uma saída pacífica ao conflito armado na Colômbia.
“Reafirmo a neutralidade da Igreja, porque não somos nem agentes do Governo nem agentes da insurgência. Estamos no meio para poder mediar ou facilitar, nós não somos negociadores, facilitamos para que se avance nos acordos”, afirmou o Cardeal.