Cidade do México, 9 de ago de 2017 às 17:00
O Centro Católico Multimedial (CCM) divulgou um relatório que assinala pelo nono ano consecutivo que o México é o país mais violento para sacerdotes na América Latina, cuja vítima mais recente foi o sacerdote José Miguel Machorro.
“Nosso país foi considerado pelo nono ano consecutivo, o primeiro lugar em crimes de ódio contra sacerdotes, religiosos e leigos da América Latina”, indicou o CCM em seu site.
O relatório do CCM abrange de 2012 a 2017, período do mandato do atual presidente, Enrique Peña Nieto, durante o qual foram assassinados 19 sacerdotes, 2 leigos e foram registrados o desaparecimento de 2 sacerdotes.
“Durante este ano, especialmente, tem sido um ano sombrio para o sacerdócio e para a Igreja no México, quatro assassinatos, dois sequestros frustrados, dois ataques emblemáticos, um na Catedral Metropolitana da Cidade do México e outro no Escritório da Conferência Episcopal Mexicana, assim como centenas de ameaças e de extorsões aos sacerdotes e bispos, são o triste panorama que nos evidencia que as coisas estão muito longe de melhorar”, denunciou.
Até agora, durante este ano, já foram assassinados Pe. Felipe Altamirano Carrillo, da Prelatura de Nayar; Pe. Joaquín Hernández Sienfuentes, da Diocese de Saltillo; Pe. Luis Lopez Villa, da Diocese de Nezahualcoyotl; e Pe. José Miguel Machorro, da Arquidiocese do México.
O CCM recordou que “os membros da Igreja não têm nenhum conflito com os grupos que estão cometendo atos ilícitos no país”.
Entretanto, “existem setores da sociedade que aproveitam a onda de violência e se mostram insolentes contra os religiosos nas cidades de Chiapas, Tabasco, Cidade do México, Puebla, Tlaxcala, Hidalgo, Estado do México, Jalisco, Nayarit, Veracruz , San Luis Potosí, Colima, Culiacán, Tabasco, Michoacán, Guerrero e Tamaulipas”.
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O relatório denunciou que “estes grupos que atentam contra os sacerdotes e religiosos buscam impedir as atividades do trabalho pastoral da Igreja no México, que têm a sua ação na área da saúde e da educação, assim como na área de cuidados – ajuda, abrigo e consolo –, em favor dos direitos humanos dos migrantes que transitam pelo território mexicano”.
“Os funcionários da pastoral, especificamente os sacerdotes, são mais vulneráveis ??a diversos ataques, como demostram a crescente onda de agressões, assassinatos e desaparecimentos que ocorreram sob o olhar indiferente das autoridades, de norte a sul do país, onde nos últimos anos tem crescido rapidamente a insegurança e o crescimento dos grupos do crime organizado”, assinalou.
“Não podemos ficar em silêncio, o sangue de milhares de mexicanos continua sendo derramado”, expressou o CCM.
Portanto, afirmou, “seguiremos sem temor, fazendo um grande apelo às autoridades do governo mexicano, em todos os níveis tanto federais, estaduais e municipais, a fim de que ofereçam as garantias para o exercício do ministério sacerdotal em muitas regiões do México, onde a violência aumentou”.
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— ACI Digital (@acidigital) 8 de agosto de 2017