O Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, começou em 21 de agosto uma viagem à Rússia, com o objetivo de intensificar os esforços para promover a paz e a justiça, em um momento em que o mundo é atingido por diferentes conflitos e crises humanitárias.

Neste sentido, a viagem à Rússia tem uma importância especial, levando em consideração a presença deste país em vários desses conflitos, como no caso da Síria e da Ucrânia, ou da sua influência em importantes potências regionais como Irã, China ou Venezuela.

Em duas entrevistas concedidas às agências de notícias russas Ria Novosti e Tass, o Secretário de Estado insistiu que está na Rússia para falar tanto sobre “os assuntos bilaterais e que afetam a vida da Igreja Católica”, como sobre “questões relacionadas aos conflitos que afligem muitas regiões do mundo”.

Segundo assinalou nessas entrevistas, com esta viagem, busca-se dar novos passos no objetivo de “restaurar a justiça e a paz com o respeito pela dignidade e inviolabilidade de cada pessoa humana”.

Perguntado acerca do encontro que terá com o presidente russo, Vladimir Putin, na quarta-feira, 23 de agosto, o Cardeal Parolin explicou que falarão sobre “diferentes relatórios internacionais que são preocupantes. Alguns deles precisam receber uma atenção especial durante a visita, sobretudo em situações nas quais a Rússia permanece ativa de uma maneira mais direta”.

De qualquer maneira, a lista de temas a serem discutidos é bastante longa, conforme assinalou, de modo que não será possível falar sobre todas as questões que estão na agenda, algo que não preocupa o Purpurado, pois “os contatos diplomáticos são constantes”.

Sobre o encontro com o Patriarca Kirill, líder da Igreja Ortodoxa Russa, que acontece hoje, enfatizou que “depois do encontro histórico entre o Papa Francisco e o Patriarca Kirill em Cuba, não há dúvida de que as relações entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa Russa estão passando por um período positivo. Mas esta meta se converte em um novo caminho, de diálogo cada vez mais intenso, na tentativa de entender-se melhor entre eles, superando os mal-entendidos e as diferenças que podem existir”.

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No encontro com a “hierarquia ortodoxa, testemunha a abertura que foi estabelecida nos últimos anos até o encontro em Havana no ano passado” entre o Papa Francisco e o Patriarca Kirill.

Aquele encontro serviu para “nos ajudar a termos um novo olhar sem a prevalência do passado” para “uma comunhão desejada e procurada”. “O objetivo é dar novos e inéditos passos para o desenvolvimento do diálogo ecumênico”, afirmou.

Finalmente, sobre a possível viagem do Papa à Rússia, esclareceu que “o tema de uma possível visita papal não faz parte da agenda das conversas”.

Entretanto, expressou que espera que esses encontros “possam ajudar a abrir caminho para o desenvolvimento de contatos que sejam cada vez mais positivos e intensos”.

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