No voo que o levou da Colômbia para Roma, o Papa Francisco afirmou que a Organização das Nações Unidas (ONU) deve fazer-se ouvir na Venezuela para colaborar na solução da grave crise que afeta o país.

Ao ser consultado sobre o tema da Venezuela, o Santo Padre disse que a situação “é muito difícil e o mais doloroso é o problema humanitário. Para muitas pessoas se escapa ou sofre. Há um problema humanitário que devemos ajudar a responder. Acredito que a ONU deve fazer-se ouvir para ajudar”.

O Papa também recordou que, em diversas ocasiões, “a Santa Sé falou alto e claro” para tentar ajudar no diálogo entre o governo e os diferentes grupos sociais e políticos da oposição.

Em resposta a uma pergunta da agência de notícias francesa I-Media, que o questionou se não seria necessário ter palavras mais fortes e claras sobre o presidente Maduro para acabar com a violência nas ruas da Venezuela, Francisco também disse que “a Santa Sé fez muito, enviou um grupo de trabalho de quatro ex-presidentes”.

Do mesmo modo, destacou que enviou “um Núncio de primeiro nível que falou publicamente com pessoas”. Também sublinhou que na oração do Ângelus, nos domingos, “falei a respeito da situação sempre procurando uma saída, ajudando, oferecendo ajuda”.

Além disso, também foi questionado acerca de uma dupla atitude de Maduro em relação à Igreja Católica na Venezuela: por um lado, ele se manifesta de forma violenta contra os Bispos do país e, por outro lado, mostra seu apoio ao Papa.

O Pontífice respondeu que “o que o presidente Maduro diz, ele mesmo deve explicar. Eu não sei o que está pensando”.

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Na quinta-feira, 7 de setembro, o Papa se reuniu com os Bispos da Venezuela depois da Missa que presidiu no Parque Simón Bolívar em Bogotá. Os bispos venezuelanos informaram ao Santo Padre sobre a situação cada vez mais grave da crise no país sul-americano.

Recentemente, o Arcebispo de Caracas, Cardeal Jorge Urosa, denunciou a perseguição que as forças do Governo chavista de Nicolás Maduro começaram contra os opositores em diversas partes da Venezuela, especialmente contra prefeitos que se opõem ao regime.

O Cardeal recordou que a crise na Venezuela “já provocou mais de 110 mortes nos últimos quatro meses devido à violência política”.

O Purpurado também recordou que a Conferência Episcopal Venezuelana está profundamente preocupada pela situação do país e “convidamos permanentemente o governo para que resolva esses problemas”, assim como a oposição “para que defenda os direitos do povo venezuelano contra as adversas circunstâncias que estamos vivendo”.

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