LOS ANGELES, 15 de set de 2017 às 16:30
O Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Los Angeles, nos Estados Unidos, Dom Robert Barron, explicou os motivos pelos quais o “carma” não é compatível com a fé católica, pois nega algumas verdades essenciais da fé cristã.
Em seu blog, Word on Fire, Dom Robert Barron explicou que o “carma” é um elemento das religiões orientais, como o hinduísmo e o budismo, que considera que, “por uma lei espiritual cósmica, somos castigados ou recompensados ??de acordo com as nossas atividades morais”.
“Se fizermos coisas ruins, sofreremos, nesta vida ou na que virá. E se fizermos coisas boas, seremos recompensados ??aqui ou mais adiante. O carma não é necessariamente imediato, ao contrário da lei da gravidade”, mas “a longo do tempo as pessoas são recompensadas ou castigadas de acordo com os seus méritos. E isso satisfaz o nosso senso de equidade e justiça”, indicou.
Em vez disso, continuou o Prelado, a Igreja Católica ensina que “todas as pessoas são pecadoras e, portanto, merecem o castigo, mas Deus, em sinal de generosidade, lhes dá o que não merecem”.
Para explicar o que é esta “graça” dada por Deus, o Prelado citou como exemplo a parábola do Filho Pródigo, que conta a história de um filho que desperdiçou a sua herança em uma vida libertina e quando regressou arrependido à casa do seu pai, ele o perdoou, recebeu-o com alegria e fez uma festa em sua homenagem com o melhor bezerro.
Dom Robert Barron afirmou que Deus concede a sua graça como “um presente”, mas, quando a pessoa a guarda de maneira egoísta, esse dom “se converte em cinzas”. Em vez disso, “quando entrega essa graça, ela se renova em você”.
“Se a graça surpreendente salvou um miserável como eu, tenho que ser um canal de graça para cada alma perdida que me rodeia”, destacou o Prelado.
O Bispo Auxiliar de Los Angeles indicou que na Bíblia há duas passagens que demonstram como Deus concede a oportunidade de redenção a todos os pecadores sem excluir ninguém, ao contrário do carma.
O Prelado assinalou que, apesar de a Bíblia assinalar que Israel é “o povo escolhido”, em Isaías 56,6-7 lê-se que “os filhos dos estrangeiros, que se unirem ao Senhor, para o servirem, e para amarem o nome do Senhor, e para serem seus servos, todos os que guardarem o sábado, não o profanando, e os que abraçarem a minha aliança, os levarei ao meu santo monte, e os alegrarei na minha casa de oração”.
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Indicou que em Mateus 15,21-28, uma mulher cananeia procura Jesus para pedir que liberte a sua filha de um demônio, mas ele se recusa dizendo que só veio para apascentar as ovelhas da casa de Israel. Inclusive diz: “Não convém jogar aos cachorrinhos o pão dos filhos”.
E ela disse: “Certamente, Senhor, mas os cachorrinhos ao menos comem as migalhas que caem da mesa dos seus donos”.
Jesus se surpreende com a sua fé e lhe dá o que ela pediu. Assim, o Prelado explicou que “a mesa da graça foi colocada para os filhos de Israel, mas a comida desta mesa não estava destinada somente aos israelitas, mas para todos os que viessem. Israel foi escolhido, sim, mas pelo bem do mundo”.
Nesse sentido, Dom Barron manifestou que é uma graça de Deus que “não estejamos vivendo sob a dispensação do carma. Quem entre nós seria capaz de resistir aos fortes ventos da justiça pura?”.
“Os devotos de uma religião de graça devemos saber que o dom não é somente para nós, mas a generosidade de Deus é destinada a despertar em nós uma generosidade como esta”, expressou.
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— ACI Digital (@acidigital) 30 de maio de 2016