MADRI, 16 de set de 2017 às 14:00
José “Pepe” Rodríguez Rey é um famoso chef espanhol, vencedor de duas estrelas Michelin – um dos principais reconhecimentos gastronômicos do mundo –, dono de dois restaurantes e, há alguns anos, jurado do programa de culinária MasterChef. Entretanto, confessa: “Comungar é o que mais me alimenta”.
Receber a Eucaristia, assegura Rodríguez Rey em uma entrevista recente à revista ‘Misión’, o alimenta “como nenhuma outra coisa”.
“Comungar é o que mais me alimenta, Às vezes, algumas pessoas me dizem depois de comer: ‘Você me emocionou, quase levitei’. E penso: ‘Isto é estúpido’. Eu adoro comer e comi nos melhores restaurantes, mas nunca fiquei emocionado ao comer. Mas sim ao comungar. O alimento espiritual não tem comparação”.
O júri do MasterChef na Espanha desde 2013 também confessa que, “para muitos cristãos, eu em primeiro lugar, temos dificuldade de dizer que sou um pouco mais feliz pelo que creio”, e adverte que “o mundo da televisão é Babel, Sodoma e Gomorra, e às vezes é difícil mostrar-me, então eu prefiro agir”.
“Em certos ambientes, se você explica as coisas não entendem, mas as pessoas entendem o exemplo. Não há uma única forma de evangelizar”, destaca o chefe de 49 anos.
Rodríguez Rey também diz que aparecer na televisão não lhe causou mais felicidade do que a que ele tinha há alguns anos.
“Sou tão feliz quanto há cinco anos, quando não trabalhava na TV. Tento ser feliz porque tenho todos os ingredientes para isso”, sublinhou.
Esses ingredientes são: “Tenho três filhos maravilhosos, estou felizmente casado, tenho saúde e meus familiares estão bem”.
“Agora, além disso, está tudo bem no trabalho. Mas, quando não estava bem, porque passei por momentos ruins, também era feliz pois não baseio tudo no trabalho, nem baseio a minha vida em ser famoso. As pessoas me veem na televisão, mas eu vivo na minha cidade, Illescas, frequento os mesmos lugares de sempre... Mudei somente o necessário”.
O chef espanhol também destacou durante a entrevista os valores transmitidos pelo MasterChef.
“Não sei se os meus chefes na produtora estavam tão preparados para buscá-lo, mas na verdade o programa exalta o sacrifício, o companheirismo, o trabalho, recompensa quem é bom e se esforça, castiga quem faz mal”, assinala.
“Quando você vê, pergunta-se: por que não fazem mais programas bons, saudáveis ??e atraentes, que podem ser assistidos por um homem de 80 anos com o seu neto sem problemas, e que ensinem a fazer algumas coisas?”, questiona.
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Apesar dos seus prêmios, Rodríguez Rey afirma: “Não me levanto todos os dias pensando em qual prêmio quero ganhar, mas em alimentar muito bem a pessoa que irá à minha casa. E fazer isso melhor todos os dias”.
“Coleciono os reconhecimentos porque são para toda a equipe, mas me dura um minuto o ego de pensar que sou alto e bonito. Durante um minuto e meio, sei que meu sucesso é estar aqui, à vontade com as pessoas, e nos amar como somos. E essa não é uma meta, isso é um trabalho de cada dia”.
Trocaria as estrelas Michelin que ganhei “por qualquer coisa que valesse a pena. Se amanhã a Michelin falir, o que devo fazer? Não dou comida? O meu sorriso desaparece? Então! Estamos aqui para nos divertir e divertir as pessoas, não para ganhar prêmios”.
Para o jurado do MasterChef, foi fundamental na sua vida participar de um Cursilho de Cristandade.
“Sempre fui um cristão de Missa de 12 e vermú (tipo de bebida), mas um Cursilho é algo muito poderoso. Nesses três dias percebi o que é ser cristão e quem é Deus”, destacou.
“Quando eu saía com meus amigos em Illescas, muitas vezes à noite, via o Sr. José Soriano, um desses professores da velha escola, que alternava com dependentes químicos. Ficava admirado ao ver esse homem de 65 anos ajudando os dependentes químicos, então, depois de participar de um Cursilho, encontrei-o um dia e disse que gostaria de ajudá-lo. Estivemos durante anos ajudando jovens que estavam envolvidos com todos e fizemos coisas importantes para eles”, recordou.
“O Sr. José tinha uma fé muito grande, deixava tudo nas mãos de Deus. Dizia: ‘O Senhor nos trouxe aqui e Ele nos levará. Há muitas coisas para fazer, então não comece a filosofar. Comece a fazer o que deve fazer e confie nele’. Isso é uma escola de vida”, sublinhou.
Para ele, precisou, Deus “é a força, o motor de tudo. Aquele que faz você estar bem, ruim e no regular”.
“Eu não sei se às vezes eu fico muito para trás e não explico que sou cristão, mas é que não me vejo dando explicações, mas demonstrando no que estou fazendo”, assinalou.
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— ACI Digital (@acidigital) 29 de agosto de 2017